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domingo, 15 de dezembro de 2013

SUCESSO TOTAL na realização da 1ª FEIJOADA VEGETARIANA BENEFICENTE do Instituto Mensageiros do Amanhecer


 


por Ibiatan Upadian

A 1ª Feijoada Vegetariana Beneficente realizada pelo Instituto Mensageiros do Amanhecer neste sábado, dia 14/12/2013, foi o maior sucesso. 
Graças a dedicação da equipe de colaboradores, todos o convites foram vendidos e todos os que compraram ficaram satisfeitos. 
Todos elogiaram a qualidade da feijoada (muito saborosa, segundo todos) e o atendimento dos nossos voluntários e os que ainda não conheciam a nossa Casa Índigo tiveram a oportunidade de conhecer rapidamente as instalações e receber informações sobre o nosso projeto, resultando na obtenção de novos voluntários para a instituição.
Estamos comemorando este sucesso, fruto do trabalho sério e honesto que a nossa equipe está realizando.
A todos os nossos voluntários, membros de nossa equipe, os nossos sinceros agradecimento pela dedicação, doação e amor com que estão abraçando o nosso projeto e prestando a sua colaboração.
Todos felizes realizando suas tarefas e gratos ao Pai Criador Primordial pela oportunidade de servir a uma causa que tem no bem de nossas crianças o objetivo maior.
Parabéns a toda a equipe e a nossa gratidão aos nossos voluntários e colaboradores: Anália, Danusa, José Roberto, Célia, Elaine, Agnaldo, Samuel, Dandy, Valdir, Stella e Karen.






 






 

 Até as crianças vieram contribuir para o evento, alegrando o ambiente com sua presença de luz.





A nossa gratidão especial a todos que colaboraram adquirindo a nossa feijoada vegetariana e a todos que trabalharam para o seu sucesso.
















segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

3º ENCONTRO DOS MENSAGEIROS DO AMANHECER COM IBIATAN UPADIAN EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP - DE 17 À 19/01/2014



 Casa Índigo de São José do Rio Preto - SP

 

CONVITE AOS MENSAGEIROS DO AMANHECER



Convidamos a todos que se interessam pelos Ensinamentos Pleiadianos a participar do 3º Encontro dos Mensageiros do Amanhecer com Ibiatan Upadian.


Tema do 3º Encontro: “APRENDENDO A MEDITAR”

Objetivos do Encontro: Desenvolver na prática as técnicas de meditação pleiadianas e outros exercícios práticos pleiadianos, promover o congraçamento, confraternização e união dos Mensageiros do Amanhecer e o principal, realizar a INAUGURAÇÃO DA CASA ÍNDIGO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (coquetel com presença de imprensa e autoridades).

Local do Evento: Casa Índigo de São José do Rio Preto, localizada a Rua Santos Dumont, 36, Vila Ercília, em São José do Rio Preto – SP, CEP 15013-100.

Data: 17, 18 e 19 de janeiro de 2014

Alimentação: 2 almoços (sábado e domingo) e 1 jantar (sexta-feira) vegetarianos com 8 pratos quentes, 04 pratos frios, 1 sobremesa e 2 sucos naturais de polpa, 4 coffe breaks + coquetel de inauguração no sábado dia 18/01 com salgados diversos, tábua de frios, sucos naturais e refrigerantes. Opção de carne para não vegetarianos nas refeições: somente peixe.


Hospedagem: 2 estadias no Augustus Plaza Hotel localizado à Rua Voluntários de São Paulo, 2771, Centro, fone/fax (17) 3233-6122, e-mail: augustusplazahotel@terra.com.br, site www.augustusplazahotel.com.br. O Hotel Augustus oferece apartamentos com TV a cabo, ar condicionado, frigobar, telefone, ducha com aquecimento central e internet wi fi gratuito + café da manhã e estacionamento próprio pelos seguintes valores:


Apartamento individual...................................... R$ 102,75
Apartamento Duplo ou Casal ............................ R$ 129,00
Apartamento Triplo ........................................... R$ 156,00


Observação: o Hotel é novo, com ótimas instalações e está situado de frente para a praça central da cidade, a apenas 200 metros da Rodoviária e 700 metros do Instituto Mensageiros do Amanhecer.


Programação do Evento:  
- Dia 17/01 (sexta):
- 15:00 hs às 20:00 hs - recepção dos participantes na Casa Índigo
- 20:00 hs às 21:00 hs – jantar na Casa Índigo
- 21:00 hs às 22:30 hs - apresentação dos participantes
 
- Dia 18/01 (sábado):
- 09:00 hs às 10:30 hs - Laboratório para o Desenvolvimento das Emoções para a Pratica de Meditação
- 10:30 hs às 11:00 hs - coffe break
- 11:00 hs às 12:30 hs - Laboratório para o Desenvolvimento das Emoções para a Pratica de Meditação
- 12:30 hs às 13:30 hs – almoço na Casa Índigo
- 14:00 hs às 15:30 hs - exercícios práticos de Técnica Pleiadiana de Meditação
- 15:30 hs hs às 16:00 hs - coffe break
- 20:00 hs - Inauguração da Casa Índigo com coquetel e presença de autoridades e imprensa.

- Dia 19/01 (domingo):

- 08:30 saída do hotel para uma caminhada de 500 metros até o Parque da Represa Municipal para realização de exercícios de respiração e meditação com a natureza
- 09:00 hs às 10:30 hs - exercícios práticos de Técnica Pleiadiana de Meditação no Parque da Represa
- 10:30 hs às 11:00 hs - coffe break na represa
- 11:00 hs às 12:00 hs - exercícios práticos de Técnica Pleiadiana de Meditação no Parque da Represa

- 12:00 hs às 12:30 hs - retorno à Casa Índigo
- 12:30 hs às 13:30 hs – almoço na Casa Índigo
- 13:30 hs às 15:00 hs - exercícios práticos de Técnica Pleiadiana de Meditação com Cristais
- 15:00 hs às 15:30 hs - coffe break
- 15:30 hs às 16:00 hs – encerramento do evento


Informações: na Casa Índigo, pelos fones (17) 3121-6105 / 3012-9352 / 3022-7258 ou pelo e-mail: instit.mensageiros.amanhecer@gmail.com


Reservas: até 13/01/2014 pelos fones e e-mail acima. Atenção as VAGAS SÃO LIMITADAS por isso no ato da reserva irão receber uma senha para fazerem a reserva no hotel.


Reservas do Hotel: a hospedagem deve ser reservada e quitada diretamente com o Hotel mediante a apresentação de senha fornecida pelo Instituto para poder gozar do direito ao desconto especial.

Investimento: Alem dos valores do hotel existe o valor de R$ 150,00 relativo às refeições que serão feitas na Casa Índigo. Este valor deverá ser recolhido diretamente ao Instituto Mensageiros do Amanhecer, através do Banco do Brasil, agência 0057-4, conta corrente 69.429-0. Este valor pode ser pago em duas parcelas 50% no ato da reserva e os outros 50% até no máximo 13/01/2014. As pessoas de São José do Rio Preto e região que desejarem participar do encontro não precisarão ficar no Hotel e pagarão apenas o valor de R$ 150,00 pela alimentação.

Formas de acesso a São José do Rio Preto:    
1- carro: por umas das rodovias: Washington Luis SP-310, Transbrasiliana BR-153, Assis Chateubriand SP-365, Euclides da Cunha SP-425 e Feliciano Salles da Cunha SP-456; 
2- ônibus: São José do Rio Preto é bem servido por linhas de ônibus interligando-a com as principais capitais e grandes cidades (de São Paulo tem as empresas Viação Cometa, Expresso Itamarati, Viação San Rafael e Levare);
3- avião: o aeroporto da cidade serve de escala para linhas regulares das principais empresas aéreas, como TAM, Gol e Azul.
 
Translado: teremos veículo para fazer o translado gratuito do aeroporto ou rodoviária até o hotel e vice-versa.

Promoção e organização: Instituto Mensageiros do Amanhecer – Casa Índigo de São José do Rio Preto


Um abraço fraterno a todos.
Fiquem na luz e na paz profunda.


Atenciosamente,


Ibiatan Upadian

Presidente do
Instituto Mensageiros do Amanhecer


Instituto Mensageiros do Amanhecer
Rua Santos Dumont, 36 - Vila Ercília - CEP 15013-100
São José do Rio Preto-SP - CNPJ 17.526.993/0001-32
Fones: (17) 3121-6105 e 3012-9352

Despertando a consciência de uma nova era.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Aprenda a usar a massa de modelar como recurso terapêutico no Autismo



05/11/2013
por Ana Leite


Massa de modelar é divertida, isto já é um consenso, mas é terapêutica? Sim!!
A famosa “mansinha” não apenas fornece a criança com Autismo a oportunidade de explorar a sua criatividade, mas também é um importante meio pelo qual você pode estimular várias habilidades sensoriais, motoras, cognitivas e até sociais! (Você não imaginava tanto, não é? kkk).
Ah, estamos aqui falando de Autismo, mas tudo neste post é válido para qualquer pessoa, independente da condição de saúde. Ou seja, você pode usar esse recurso com pessoas com outras condições, oks?
 
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Do ponto de vista sensorial o amassar, enrolar, furar, espremer , achatar e esticar proporciona além da sensação da textura, a sensação proprioceptiva.
Adicionando cores e aromas para a massa, você proporciona sensação visual e olfativa.
Caso haja aversão por parte da criança, essa oferta deve ser graduada. Deve-se, inicialmente, incentivar o jogo com uma pequena quantidade.
Coloque pequena quantidade nas mãos da criança e deixe-a puxar a massa . Também incentive enrolar a massa entre os dedos, sobre a mesa ou usando as palmas das mãos juntas. À medida que a criança estiver mais confortável, aumente a quantidade utilizada na brincadeira.
Você pode adicionar textura a massa, sabia? Que tal usar arroz??
Dica importante: aplique talco/óleo nas mãos da criança para evitar que a massa grude.
Pensando nas habilidades motoras, massa de modelar pode ajudar a melhorar a força, a destreza e  até a coordenação.
Beliscar a massa e rolar entre os dedos hábeis também ajudam a estimular o desenvolvimento das habilidades finas da mão.
O uso de tesouras, rolos e outros artifícios pode ajudar a melhorar a coordenação bilateral (ou seja: envolver ambas as mãos nas tarefas).
Brincadeiras que estimulem as habilidades cognitivas podem ser exploradas: separe as cores, siga a sequência que estou ensinando, faça formas, letras e números (ensinando conceitos), são alguns dos pedidos que estimulam o trabalho cognitivo. Até estereognosia você pode explorar: “adivinhe o que foi que fiz!!”
Misturar e combinar  pode ajudar a aprender o conceito das cores e das quantidades, basta você usar a mansinha nesta perspectiva.
E as habilidades sociais?
Brincar com alguém já dá a oportunidade de socialização. A troca de cores e objetos, a parceria nas brincadeiras e as perguntas e respostas de como fazer, são exemplos que envolvem socialização.
Bem, agora que você viu o quanto a massa de modelar é um recurso terapêutico, aprenda clicando aqui uma receita de massinha de modelar comestível!!


Imagem: katharos


Se você quer conhecer um material com atividades contextualizadas para serem usadas na terapia e estimulação cognitiva,  confere nossos cadernos de exercícios Clique aqui e saiba mais! 


Ana Leite

Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE). Especialista em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design e Ergonomia (UFPE). Consultora em Tecnologia para Reabilitação.
 
 
 
 
Fonte: http://www.reab.me/
 

BRINCAR CRIANDO: A maneira divertida de formar cidadãos





Uma ideia super legal! Reutilizar materiais podem render objetos muito interessantes! Foto: Solidarium




Olha só que legal esses cachorros feitos com botas de borracha! Vai assustar bastante gente, não?




Olha só essas casinhas feitas com rolos de papel higiênico. Muito legal a ideia da Solidarium, não?





Um pregador de roupas e palitos de sorvete podem se transformar em um divertido avião para os seus filhos! Veja acima.





Aquelas latas velhas de metal podem servir como uma linda decoração para o seu banheiro. Basta usar a imaginação!!!





Olha que ideia legal da Reciclagem Divertida : O pássaro maluco! A criançada vai adorar! Além de ser um bom motivo pra passar um tempo com os pequenos ensiná-los da importância de reutilizar materiais.






Mais uma opção de brinquedos Waldorf para mexer com a imaginação da criançada: a Fada!





 





Fonte: https://www.facebook.com/pages/Pedagogia-Waldorf/215534478599912


A Pedagogia Waldorf é um conceito de educação integral


Criança precisa apenas ser criança. É impossível brincar e não aprender alguma coisa.


Raul Guerreiro, formado na Escola Superior Livre de Pedagogia Waldorf em Estugarda, na Alemanha, revela que a Pedagogia Waldorf é uma verdadeira arte de educar e não um método que vem "concorrer" com outras propostas educativas.

Raul Guerreiro dedica-se à divulgação desta pedagogia e da sua estrutura social escolar, através de palestras audiovisuais para pais, educadores e estudantes. Nesta entrevista, o responsável faz questão de expor factos e afastar preconceitos. "As escolas Waldorf não são estabelecimentos de ensino privado, nem iniciativas de prestação de serviços educativos em estilo doméstico ou cooperativista", esclarece. "Como conceito de educação integral com 12 anos de duração, a Pedagogia Waldorf (PW) reconhece sobretudo as dinâmicas inatas dos alunos para um processo de autoeducação e de descoberta gradual do mundo".

EDUCARE.PT: Na pedagogia Waldorf não há avaliação de desempenho com notação numérica. De que forma são avaliados e apreciados os progressos dos alunos?
Raul Guerreiro:
No final do ano os alunos recebem um "Boletim Waldorf", que é uma coleção de descrições redigidas por todos os professores, expondo de maneira objetiva a metamorfose vivenciada pelas crianças. Não há avaliações "boas ou más" e a ênfase vai para o elogio e para o reconhecimento dos esforços empreendidos pelos alunos. Nos primeiros anos esses documentos são um precioso auxiliar para os pais e mais tarde tornam-se, para os próprios alunos, um espelho promotor da autoconfiança.

E: Nas escolas Waldorf não existe a repetição de anos. Defende-se que os chumbos contrariam a própria condição humana. Não há diferenças entre os bons e os maus alunos?
RG:
Precisamente, a existência de diferentes estágios de amadurecimento é considerada na PW como uma coisa salutar, pois expressa a diversidade da condição humana, dando ainda oportunidade a uma solidariedade entre camaradas de classe, o que seria interrompido por qualquer processo seletivo de "chumbos".


"A PW lida com uma trilogia de forças anímicas presentes em estado latente em cada ser humano desde o nascimento: pensamento-sentimento-vontade."


E: Privilegia-se o campo sensorial. Qual a importância da componente cognitiva?
RG:
O campo sensorial é mais realçado apenas nos anos do jardim de infância e primeiras classes. Evita-se aí estimular um esforço intelectualista precoce, que resultaria danoso para a formação harmónica da personalidade. A PW lida com uma trilogia de forças anímicas presentes em estado latente em cada ser humano desde o nascimento: pensamento-sentimento-vontade. A esfera do pensamento vai sendo reforçada paulatinamente, mas sempre em equilíbrio com as demais forças, e acompanhada por um estímulo da imaginação.

E: Quais as principais diferenças entre esta metodologia e a utilizada no ensino regular?
RG:
Este é um tema gigante, mas vou tentar um resumo: (a) cada escola é totalmente independente, suportada por uma associação de fim não-lucrativo. A associação possui uma diretoria, mas ela é responsável apenas pelos atos financeiros e jurídicos; (b) a escola propriamente não tem nenhum diretor, pois são os professores que exercem em conjunto a função diretiva, com absoluta autonomia para o domínio pedagógico. Tudo o que não diz respeito à pedagogia está entregue a órgãos escolares onde pais e professores atuam em parceria; (c) os anos de jardim de infância são uma delicada fase de alimentação moral-espiritual que irá marcar as personalidades para o resto da vida. Cultiva-se aí uma harmonização das almas infantis, sem se aplicarem medidas corretivas ou tentar preparar as crianças para a fase escolar; (d) todos os alunos aprendem duas línguas estrangeiras desde o primeiro ano. O chamado "professor de classe", que acompanha cada classe durante os primeiros oito anos, tem a seu cargo o currículo Waldorf inicial (Matemática, Português, História, Geografia, Ciências Naturais, etc). Outros professores encarregam-se das disciplinas individuais; (e) não se utilizam computadores e não há livros escolares durante os primeiros anos, pois são os próprios alunos que elaboram tudo em cadernos próprios criados com arte, imaginação e individualidade; (f) no secundário são introduzidos temas mais complexos, mas preserva-se um equilíbrio entre a crescente liberdade de atuação e a criatividade social; (g) muitas escolas preparam para a admissão ao ensino superior. (h) nas escolas Waldorf não se ensina Antroposofia, e não há "cruzamentos" com outras práticas, yogas, meditações ou quaisquer inspirações orientais; (i) o ensino de religião é parte integral do currículo e para tal há sempre professores contratados de acordo com as crenças de cada família. Quando aparecem pais que estão convencidos dos benefícios da PW, mas declaram "não ter religião", eles não são dogmaticamente rejeitados, mas devem aceitar que os seus filhos sejam incluídos nas aulas de Religião Livre do currículo Waldorf, as quais estão baseadas nos princípios morais dos evangelhos cristãos.


"A essência da PW pode ser expressa como uma arte de facilitar o desabrochar de competências inatas únicas."


E: Estimular a criatividade, promover a independência através da arte e do contacto com a natureza, ajudar os alunos a expressar competências inatas e únicas. Como é feito este trabalho?
RG:
O tema é de enormes proporções, mas para fornecer uma resposta abreviada posso esboçar alguns aspetos capitais. A essência da PW pode ser expressa como uma arte de facilitar o desabrochar de competências inatas únicas. Para tal, o principal é saber reconhecer e afastar os empecilhos que se apresentam. Cultiva-se uma permanente reverência pedagógica por cada criança, como autêntica representante da humanidade e do princípio superior presente na sua constituição tríplice: material-anímica-espiritual. Os docentes dedicam-se eles próprios a uma permanente autoeducação.

E: Acredita que a criança é capaz de se educar a si mesma, desde que criadas as condições para que isso aconteça?
RG:
A PW não se dedica a fornecer conhecimentos, como se as crianças fossem inicialmente inocentes arcas vazias. O essencial é reconhecer nos alunos a presença de todas as dinâmicas inatas necessárias para um processo de autoeducação e gradual descoberta de si próprios e do mundo. É aqui que professores e pais intervêm colaborativamente, oferecendo ambientes propícios para uma expansão biográfica autónoma, segundo o destino interior de cada criança. A totalidade do ensino Waldorf é de carácter imaginativo e artístico-criativo, cultivando-se competências para uma aprendizagem contínua durante toda a vida.

E: Depois de 12 anos numa escola Waldorf, os alunos estão preparados para enfrentar o ensino superior, onde há avaliações e chumbos?
RG:
O chamado "sucesso académico" ou "sucesso profissional" exige hoje sobretudo qualidades de criatividade, autoconsciência, flexibilidade cognitiva, adaptabilidade a transformações críticas, e capacidade para manter intacta a própria identidade. Tudo isto é cultivado logo desde os primeiros dias no jardim de infância Waldorf. Recentes estudos na Europa e na América comprovaram inclusive que os ex-alunos Waldorf alcançam um sucesso fora do comum e um máximo de competências para as ocupações assumidas na vida adulta.

"A totalidade do ensino Waldorf é de carácter imaginativo e artístico-criativo, cultivando-se competências para uma aprendizagem contínua durante toda a vida."


E: Os professores têm uma preparação especializada para ensinar numa escola Waldorf?
RG:
Os docentes são formados em escolas superiores ou centros de formação de Pedagogia Waldorf. Não se exige qualquer pré-formação específica, e o treinamento pode durar dois ou três anos em regime integral, havendo outras alternativas para estudos parcelados. Há muitos centros de formação em todo o mundo (o mais próximo está em Madrid) e em Lisboa existe um curso introdutório.


"A direção coletiva dos professores Waldorf, junto com os demais órgãos da escola, promove uma total transparência entre professores, pais, familiares e amigos. "


E: Uma direção coletiva, um parlamento escolar. É fácil gerir um estabelecimento de ensino sem um patamar hierárquico, em que todos estão ao mesmo nível?
RG:
Nas escolas Waldorf não existe qualquer utopia do tipo "todos iguais a todos". Mas a ausência de uma pirâmide hierárquica constitui, precisamente no mundo da educação, um princípio democrático direcionado à paz e ao futuro, não significando menos eficácia no trabalho. A direção coletiva dos professores Waldorf, junto com os demais órgãos da escola, promove uma total transparência entre professores, pais, familiares e amigos. Isto resulta mais criativo e recompensador para todos e, em última análise, mais efetivo para a educação pretendida.

E: Qual deve ser o papel dos pais no processo educativo?
RG:
Os pais que optam pela PW fazem-no por autêntica convicção e conscientes dos direitos humanos das crianças. Eles são cooperadores imprescindíveis em todo o projeto, assumindo um compromisso com essa pedagogia e o seu modelo comunitário-escolar. Durante muitos encontros regulares entre pais e professores, os acontecimentos a nível familiar ficam transparentes para a escola e vice-versa. Além disso, as numerosas festas e apresentações ao longo do ano reforçam o espírito de comparticipação.

E: Tem falado num "fantasma opressor do moderno mundo escolar". Na sua opinião, o sistema de ensino está demasiado formatado?
RG:
O último século, cada vez mais dominado por uma compreensão materialista-cientifista do ser humano, veio condicionar a tal "demasiada formatação". Sem dúvida já há hoje, inclusive na nova pasta da educação, corajosos impulsos de renovação humanística, mas surgiu por último a crença tecnomisticista (aliás já cientificamente desmascarada e rejeitada na América e na Europa) dos meios eletrónicos aplicados à educação básica. Essa absurda medida só pode ser classificada como um ato de pobreza espiritual, pois está esvaziada dos impulsos morais necessários para promover os princípios de liberdade, paz e comunhão na nova sociedade emergente. Alunos vitimados desde cedo por essa deformação robótica sofrem de uma crescente insensibilização moral e um dramático desencontro consigo próprios. O pavoroso quadro de brutalidades psíquicas e físicas surgidas nas escolas, mais os fenómenos de bullying, desistências e depressões (inclusive entre professores), está aí visível para todos. A última resposta oficial a tudo isto foi a criação de uma nova lei de crime público, com penas de um a cinco anos de prisão, para violência nas escolas.

"A classe docente portuguesa necessitava sobretudo da oportunidade para uma profunda reflexão sobre reformas pedagógicas."


E: Os professores portugueses estão a ser avaliados. Uma medida sensata para promover a excelência da classe docente?
RG:
A essência dramática da questão é que semelhantes avaliações são insufladas precisamente por aquele doentio modelo dos chumbos. Pretende-se passar por um crivo os trabalhadores imediatos do ensino, enquanto que a respetiva estrutura estatal arcaica e autoritária permanece intocada. A classe docente portuguesa necessitava sobretudo da oportunidade para uma profunda reflexão sobre reformas pedagógicas (algo como um novo pacífico 25 de abril para as mentalidades).

E: No sistema de ensino português, a avaliação de desempenho, a precariedade dos professores contratados, a falta de psicólogos nas escolas, algumas regras no Estatuto do Aluno têm provocado alguma contestação. Em seu entender, as políticas educativas em Portugal caminham num bom sentido?
RG:
A educação das novas gerações (algo que equivale ao próprio futuro da humanidade) é por natureza própria incompatível com aspirações políticas, astúcias personalistas, programas partidários ou eleições. Como prolongamento de um conservantismo agora semiafogado na experiência da tecnificação em massa, as nossas políticas educativas estão cada vez mais confrontadas com um incompreensível novo mundo (e isto em simultâneo com o atual abismo da bancarrota financeira do país). Toda uma arquitetura secular feita de orgulhos nacionalistas e raciais, convicções de classe, avanços científicos e jogatinas económicas internacionais está agora a ser sacudida pela base, como que lavada por uma benemérita onda tsunâmica global. A nova ordem social emergente grita muito mais por uma renovação humanista da educação do que por planos de defesa contra armas nucleares ou ataques terroristas.


"Portugal é a última nação da Europa Ocidental sem uma presença socio-cultural da Pedagogia Waldorf. "


E: Portugal tem poucas escolas Waldorf. Desinteresse, falta de investimento, pouca abertura para uma metodologia diferente, resistência a um programa diferente do ensino regular? O que se passa?
RG:
A Pedagogia Waldorf, ou Arte de Educar de Rudolf Steiner, é uma renovação conceptual alargada por uma verdadeira antropologia científico-espiritual do Homem e para o Homem. Ela foi reconhecida pela UNESCO e está hoje presente no mundo como uma realidade colaborante no esforço de humanização e aprofundamento espiritual da educação. Portugal é a última nação da Europa Ocidental sem uma presença socio-cultural da Pedagogia Waldorf. Para além da dificuldade típica de impulsos pioneiros, existe a referida política oficial conservativa e asfixiante, que bloqueia uma reforma legislativa que permita a existência de escolas livres, e sobretudo emancipadas da mórbida prática dos exames de "equivalência" impostos a crianças cujos pais optaram legalmente por outra linha educacional.

No Algarve, no município da Vila do Bispo, um corajoso grupo de mães, pais e professores mantém hoje a "Escola Livre do Algarve - A Oliveira" como primeira escola primária Waldorf regular em Portugal. As escolhas de Raul Guerreiro:

As escolhas de Raul Guerreiro:

Citação:
"O nosso mais elevado objetivo deve ser a promoção do desenvolvimento de seres humanos livres, aptos a dar por si próprios sentido e direção às suas vidas". (Rudolf Steiner)
Livro:
"O desenvolvimento saudável do ser humano" (em português) por Rudolf Steiner.
Música:
Guitarradas de Carlos Paredes, ou o oratório "A Criação" de Haydn.
Autor:
Gudrun Burkhard, uma genial médica que escreve (em português) sobre imensas coisas que ultrapassam a simples medicina.
Político:
Mahatma Gandhi, como exemplo de uma cultura política que rejeita qualquer forma de violência.
Viagem:
A viagem mais fascinante que já fiz foi uma visita a um jardim de infância Waldorf em Cabinda, África. A viagem que ainda não fiz: navegar à volta do globo na trilha exata de Fernão de Magalhães.
Memória de infância:
A atmosfera de amoroso calor educativo na presença do meu avô professor João Cândido de Carvalho (cofundador da Liga de Defesa dos Direitos da Criança, posteriormente extinta pela ditadura, e pioneiro da inauguração da República e da implantação dos jardins de infância em Portugal, inspirados em Froebel).
Sonho por realizar:
Creio que "sonhos por realizar" têm a tendência para ficar no ar, ou assumirem feições excessivamente personalistas. Quem não se entrega ao comodismo da apatia, e já hoje toma os seus ideais em mãos buscando uma cooperação com outros, está imediatamente a trabalhar para a realização dos seus sonhos.



























Fonte: http://www.educare.pt/noticias/noticia/ver/?id=14262&langid=1



sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Entrevista de Ibiatan Upadian para o programa "Opinião" da TV da Cidade, Canal 16 da Net, em 27/11/2013





No dia 27/11/2013 Ibiatan Upadian e Anália Fernandes da Rocha participaram ao vivo do programa "Opinião Cidade", da TV da Cidade - Canal 16, onde foram entrevistados por Marisa Amorim sobre o tema: "Crianças com Hiperatividade e Altas Habilidades".
Na oportunidade falaram sobre as crianças índigo e deram um panorama geral sobre o projeto do Instituto Mensageiros do Amanhecer para estas crianças.
Assim, convidamos todos à assistirem o vídeo acima, gravado do programa, são apenas 30 minutos e vale a pena.
O programa "Opinião Cidade" é apresentado ao vivo pela Marisa Amorim, no horário das 12 às 13 hs, através da TV da Cidade, Canal 16 da Net, em São José do Rio Preto - SP. 

 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Jovem cria plataforma para multiplicar educação de qualidade







DE SÃO PAULO
Ouvir o texto


O cearense Thiago Feijão, 24, estudante do ITA (Instituto de Tecnologia de Aeronáutica), teve sua vida mudada aos 12 anos, quando seu professor de matemática o convidou para fazer parte de sua tese de mestrado, que estudava a educação e cidadania.
"Ele me ensinou a enxergar as injustiças que estavam ao nosso redor e como deveríamos contribuir para solucioná-las", relembra.
Inquieto, Feijão, assim que entrou na universidade, queria desenvolver algum projeto que ajudasse a fazer mudanças sociais e impactasse as crianças.
Então, começou a desenvolver atividades voluntárias em uma ONG da cidade.
E foi quando ele pensou: "Por que eu não posso fundar outra?"
E ele não criou uma, mas duas. Uma ONG trabalha com jovens de ensino fundamental, direcionando-os para olimpíadas [educacionais] e para ensino médio de qualidade.
A outra chama-se Instituto Semear, que busca jovens financeiramente desfavorecidos, "mas que tenham um sonho de transformar o Brasil e de serem universitários", explica.
Na Semear, os jovens são apoiados com bolsas de estudos, mentoria e "networking".
Mas, para isso, eles têm que desenvolver projetos que resolvam problemas sociais.
Da ideia das duas ONGs nasceu o projeto Qmágico, um sistema de educação que conecta interessados em aprender e ensinar para que todos estudem melhor.
"[A ideia é] replicar para que todo aluno e professor tenha acesso aquele tipo de oportunidade, à educação de qualidade", conta.
"Queremos empoderar os professores para que ele consigam conhecer cada vez mais seus alunos e possam entregar algo especial para cada um", explica a produtora do Qmágico, Lívia Palomo.
A ideia de Feijão era desenvolver uma plataforma digital com uma série de funcionalidades para que fosse "um novo giz" do professor.
E, por meio dela, ele soubesse como está o desenvolvimento do aluno. "Pensamos em tecnologia como uma maneira do professor se multiplicar", diz Palomo.
Existem duas formas de interação na plataforma: on-line, onde todos os dados de interação com o sistema são coletados, que servem para gerar diagnósticos de aprendizado para o próprio aluno e para o professor.
"O professor pode saber como cada aluno está individualmente e em grupos, e o diretor da escola, como está toda a escola", explica Feijão.
Com o diagnóstico em mãos, a equipe da Qmágico sugere uma intervenção educacional, com uma série de soluções, sejam tecnológicas ou diretamente com os professores, por meio de novos projetos educacionais.
"A coisa mais poderosa que alcançamos aqui dentro foi comprovar que o que estamos criando tem impacto no aprendizado das crianças.
Sonhar é de graça e traz muito sentido para nossa vida", afirma Feijão.
Para realizar esse sonho, ele conta o segredo:
"Depois que você tem um sonho muito grande, a segunda coisa é acreditar que as coisas funcionam e dão certo".
E finaliza: "Depois é fazer".



Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

FEIJOADA VEGETARIANA BENEFICENTE promovida pelo Instituto Mensageiros do Amanhecer em 14/12/2013






O Instituto Mensageiros do Amanhecer está convidando a todos para experimentarem a sua FEIJOADA VEGETARIANA BENEFICENTE, que estará promovendo em 14/12/2013, das 11:00 às 14:00 hs., na Casa Índigo de São José do Rio Preto - SP, localizada a Rua Santos Dumont, 36, Vila Ercília, em São José do Rio Preto - SP.

Os convites estão a venda na Casa Índigo por apenas R$ 20,00 e as reservas podem ser feitas pelos fones (17) 3121-6105 ou 3012-9352.

A feijoada que terá como acompanhamentos arroz, farofa vegana, couve e torresmo vegano é muito apreciada por veganos e vegetarianos.

Os valores arrecadados com este evento destinam-se a compra de material didático a ser utilizado pelas crianças índigo nas oficinas técnicas e de artes da Escola de Criatividade da Casa Índigo de São José do Rio Preto.

O Instituto Mensageiros do Amanhecer é uma ONG, uma associação filantrópica, sem fins lucrativos e sem qualquer vínculo ou caráter religioso ou politico-partidário, que tem como finalidade prestar orientação, assessoria, assistência, apoio e amparo, principalmente educacional, pedagógico, psicossocial e terapêutico às crianças e jovens especiais, superdotados ou portadores de altas habilidades (crianças índigo), às suas respectivas famílias e ainda a seus educadores, promovendo o desenvolvimento de sua criatividade, habilidades e potencialidades e facilitando a integração entre estas crianças, a escola, a família e a sociedade.

 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Ensinar os filhos em casa ganha força no Brasil e gera polêmica

Motivos de pais para educação familiar vão de insatisfação com a escola e vontade de ficar mais próximo aos filhos; especialistas divergem sobre prática

atualizado às 10h10


Uma nova batalha vem sendo travada dentro e especialmente fora das salas de aula do Brasil. A polêmica gira em torno da chamada educação domiciliar, em que famílias optam por ensinar seus filhos na própria casa e não na escola.

Pais que potam pelo homeschooling desejam estar mais envolvidos e presentes na criação dos filhos Foto: Mariana Della Barba / BBCBrasil.com
Pais que potam pelo homeschooling desejam estar mais envolvidos e presentes na criação dos filhos
Foto: Mariana Della Barba / BBCBrasil.com


De um lado da trincheira estão pais que defendem o direito de eles próprios - e não o Estado - decidirem como e onde os filhos serão educados. Ao se dizerem insatisfeitos com o sistema educacional do País, eles mostram aprovações dos filhos em exames como o Enem para corroborar a eficácia da educação domiciliar.

No outro lado da disputa estão o governo e alguns juristas alegando que tirar uma criança da escola é ilegal, além de alguns educadores, que criticam a proposta, especialmente com argumento de que essa prática colocaria as crianças em uma bolha.

Mais sedimentado em países como os Estados Unidos, o homeschooling (como também é conhecido pela expressão em inglês) vem ganhando fôlego no Brasil. Segundo a Aned (Associação Nacional de Educação Domiciliar), há mil famílias associadas no grupo. Mas Ricardo Iene, cofundador do órgão, calcula que, pela quantidade de e-mails que recebe, sejam mais de 2 mil famílias educando seus filhos em casa no Brasil.

O movimento também está conquistando espaço na esfera política. No próximo dia 12, haverá uma audiência pública em Brasília para discutir o tema, na Comissão de Educação e Cultura da Câmara. Na pauta, estará também o Projeto de Lei (PL) do deputado Lincoln Portela (PR-MG), que autoriza o ensino domiciliar.

Advogados da Aned veem na própria Constituição brechas que defendem o direito da família de educar seus filhos mas a associação acredita que uma lei específica daria mais segurança aos pais que optam por esta modalidade de ensino.


Por que em casa?
 
"Quando meu filho tinha 7 anos, um garoto da escola, que tinha 10 anos, batia nele e o perseguia por causa do nosso sotaque baiano", conta Ricardo Iene, cofundador da Aned (Associação Nacional de Educação Domiciliar), que é natural da Bahia, mas mora em Belo Horizonte (MG) há cinco anos. "Também havia um garoto que ficava assediando milha filha. Fui várias vezes na escola, reclamar, conversar, tentar resolver esses problemas. Mas nunca adiantou."

Ricardo tirou os filhos Guilherme e Lorena da escola por estarem sofrendo bullying Foto: Divulgação
Ricardo tirou os filhos Guilherme e Lorena da escola por estarem sofrendo bullying
Foto: Divulgação


O bullying foi um dos motivos que, há três anos, influenciou Ricardo a tirar da escola, Guilherme, de 13 anos, e Lorena, de 15 anos. Mas certamente não foi a única motivação. Tanto para o publicitário que vive em BH como para outros pais ouvidos pela BBC, é sempre um conjunto de fatores que o impulsionam a tomar essa decisão. Mas um deles parece estar sempre presente: o desejo de estar mais envolvidos e presentes na criação dos filhos.

"Vemos crianças hoje em dia que entram na escola às 7 da manhã e ficam até bem depois das 17h ou 18h, porque elas ficam fazem balé, natação e várias outras atividades. Além da agenda cheia como a de um adulto dessas crianças, mal sobra tempo para o convívio familiar", diz M.L.C, mãe de 4 filhos, todos em homeschool, que não quis se identificar por temor de ser denunciada.

Ricardo também sentia falta do envolvimento de outros pais quando frequentava as reuniões na escola dos filhos, tanto das instituições públicas como das particulares. "Muitos pais nem participavam. E aí, ficava ainda mais difícil melhorar a situação da escola."

Outro ponto que impulsionou o publicitário e outras famílias a optarem pelo homeschool é o fato de não concordarem com alguns valores morais passados na escola. Ricardo diz que ele e outros associados da Aned costumam se incomodar especialmente com a abordagem de temas como sexo e homossexualidade.


Vivendo em uma bolha?
 
Mas se do lado dos pais praticantes da educação domiciliar só se ouve elogios do tipo "agora meu filho aprende e não apenas decora", do lado dos educadores, o que se vem são dúvidas e críticas. Muitas críticas.

"Se os pais estão insatisfeitos com a escola, há muitas outras alternativas antes de se colocar o filho em uma bolha", afirma a educadora Silvia Colello, professora de Psicologia da Educação e outras disciplinas da Faculdade de Educação da USP.

"Além do mais, qual a lição subliminar que se está passando ao filho ao tirá-lo da escola? Certamente algo como, diante de um problema, basta resolver apenas a minha parte, salvar a própria pele, e o resto que se dane."

Para a educadora, os pais também erram ao acreditarem que com educação domiciliar estão protegendo seus filhos, por estarem em um ambiente amigável, sem bullying, sem competição. "Infelizmente, a vida não é assim. Mais cedo ou mais tarde, essa criança vai se deparar com a realidade. Vai começar em um emprego, por exemplo, onde há competição, bullying, tudo isso."

Silvia também cita a importância da escola não apenas pelo conteúdo, mas também pela convivência que se tem com outras pessoas e o aprendizado que se tem com isso, seja na hora de se aprender a lidar com o outro, de aprender com os colegas, comparar seus trabalhos e até mesmo de lidar com brigas e desentendimentos. "Toda essa vivência é tão importante quanto português, matemática ou história", diz a educadora.

Os homeschoolers, no entanto, dizem que as crianças não vivem em uma bolha e têm essa convivência ao encontrarem amigos no clube, na praça, na igreja ou na casa deles e ao frequentarem atividades, como natação, fotografia e judô.

"Acho contraditório", afirma a educadora. "Se o problema é a perseguição na escola, não tem bullying na aula de natação?"


'Luta de todos'
 
A educadora Maria Celi Chaves Vasconcelos, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) aponta um outro problema na prática da educação domiciliar no Brasil de hoje: a falta de fiscalização do Estado. Algo que foi reforçado durante a pesquisa para seu pós-doutorado, sobre o homeschooling e suas implicações hoje tanto no Brasil como em Portugal.

"Diferentemente dos portugueses, que já conseguiram colocar todas as suas crianças na escola, nós ainda estamos caminhando para isso. Então, no momento, seria difícil conciliar sistemas diferentes de educação", diz.

"Como o governo conseguiria fiscalizar as crianças em educação domiciliar se ainda não faz isso de maneira satisfatória nem com as próprias escolas públicas?" Segundo ela, em Portugal, as crianças em homeschools são registradas nós órgãos regionais e as autoridades fazem um acompanhamento da educação delas.

Ela vê aspectos positivos no método, como ensinamentos passados não apenas em salas de aula, mas também em locais como museus e planetários. E acredita que escolha dos pais em relação à educação dos filhos seja algo inevitável no futuro, quando o Brasil atingir suas metas educacionais.

Enquanto isso, Silvia, a educadora da USP, também defende que essa opção é prejudicial ao projeto de educação do País como um todo.

"É claro que a ensino no Brasil ainda está bem aquém do esperado, mas é preciso se ter uma frente de luta e não de alienação. E essa luta não é só do Estado, mas também das escolas, dos pais, dos professores e de toda a sociedade."





sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Escola IslandWood: Conheça a escola onde as aulas acontecem dentro da floresta

A educação passa por um processo de transformação. O modelo educacional vigente está desfasado há décadas e não podemos tentar ensinar às nossas crianças e adolescentes um conteúdo que eles podem acessar na hora que quiserem em qualquer celular que tenha wi-fi. Muitos movimentos de vanguarda acontecem pelo mundo e um deles é a IslandWood, uma escola ao ar livre em Seattle, nos EUA.

IslandWood é um exclusivo centro de aprendizagem ao ar livre de 255 hectares, projetado para oferecer experiências excepcionais de aprendizagem ao longo da vida e inspirar a gestão ambiental e da comunidade, combinando a pesquisa científica, a tecnologia e as artes para ajudar os estudantes a descobrir as conexões naturais e passarem a se integrar mais à natureza, coisa que não acontece no cotidiano urbano das crianças.

Baseada nas ideias de aventura e exploração sugeridas pelas próprias crianças da região, Debbi e Paul Brainerd, moradores de Bainbridge Island nos EUA, fundaram a escola na floresta em 1997 – uma organização sem fins lucrativos e que conta com um design inovador, que se tornou exemplo de economia de energia e de estilo de vida sustentável, ensinando valores vitais para o desenvolvimento crítico e analítico dessas crianças.

A escola prova que a natureza, com sua infinita beleza e força, consegue nos auxiliar a sermos pessoas melhores, mais saudáveis e mais conectadas a valores que realmente valem a pena.

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Fonte: http://www.hypeness.com.br/2013/10/uma-e...-floresta/
Publicado: http://forum.antinovaordemmundial.com/
 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Finlândia é referência em educação com 98% dos alunos na rede pública


Praticamente todos os jovens finlandeses estudam em escola pública Foto: Amanda Soila/UM / Divulgação
Praticamente todos os jovens finlandeses estudam em escola pública
Foto: Amanda Soila/UM / Divulgação

A tão sonhada educação gratuita e de qualidade é realidade na Finlândia. Líder do ranking global Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Alunos) em 2012, o país nórdico tornou-se um modelo de educação para o resto do mundo. Em um sistema em que a escola é obrigatória, cerca de 540 mil alunos estudam por nove anos, desde os sete, nas chamadas escolas secundárias. Antes disso, a escola é voluntária, mas quase todos os pais usam desse direito. 

Praticamente 100% dos jovens completam o período exigido, e 98% estudam em escolas públicas. 

Os segredos da educação na Finlândia são vários e estão inseridos em uma conjuntura histórica e cultural que deve ser levada em conta. No entanto, o próprio Ministério da Educação e Cultura indica o caminho que pode ser seguido em qualquer país: um sistema educacional uniforme, professores altamente competentes e autonomia para as escolas.


A Finlândia já foi mais pobre e sem a alta tecnologia que possui hoje. Mas os finlandeses sempre acreditaram que era preciso incentivar a educação, ainda mais se tratando de um país pequeno que hoje conta com 5,4 milhões de habitantes, menos de 3% da população do Brasil. A profissão de professor é historicamente respeitada e valorizada. Em 1921, foi definido que independente da classe social, todos tinham direito à escola. Há quase quatro décadas foi implementado o estudo compulsório e desde então é exigido o grau de mestre para professores. 


Concorrida, profissão de professor é extremamente valorizada Foto: Amanda Soila/UM / Divulgação
Concorrida, profissão de professor é extremamente valorizada
Foto: Amanda Soila/UM / Divulgação

“A ideia básica da educação tem sido a igualdade”, afirma o professor finlandês Matti Salo. Trata-se de um reflexo da estratégia nórdica de estado de bem-estar social, afirma. A reforma educacional ocorrida nos anos 1970, buscou exatamente acabar com a distinção que havia entre um sistema de ensino curto para todos e um mais longo, que levava ao ensino superior. “Isso era contra a ideia de democracia em nossa sociedade”, diz Salo. Para buscar uma uniformidade no ensino, os finlandeses tiveram que se dispor a pagar altos impostos, ressalta. De fato, a Finlândia tem uma das maiores cargas tributárias do mundo - a oitava, 25% maior que a brasileira.

A equidade do sistema se dá em dois níveis. Em um deles, procura-se garantir, através de um repasse de verbas, a mesma qualidade de ensino na capital Helsinque ou em uma pequena cidade do interior. Em outro, busca-se a igualdade dentro de sala de aula. Suely Nercessian Corradini, diretora pedagógica do colégio paulista Vital Brazil, visitou escolas finlandesas para sua tese de doutorado. 

Ela destaca a importância dada às aulas de reforço. Grupos de alunos que não conseguem acompanhar as aulas vão sendo reintegrados às classes com o apoio de um professor treinado especialmente para isso, durante até dois anos. As dificuldades são identificadas logo no início, mesmo na escola primária, e trabalhadas. O esforço em incluir esses alunos é fator decisivo na hora do Pisa.


O governo finlandês ainda fornece refeições e material escolar de graça. “Isso é uma das coisas mais importantes. Faz uma enorme diferença na aprendizagem ter o almoço grátis”, diz Salo. As instituições de ensino devem ser próximas das casas das crianças, caso contrário há transporte disponível. O professor destaca também o bom investimento em saúde, com psicólogos escolares, assistentes sociais e enfermeiros disponíveis. 


Ser professor é status


Ao contrário do que muitos pensam, valorizar o professor não é somente pagá-lo bem. Segundo relatório da OECD (sigla em inglês para Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o salário mensal do professor finlandês fica entre US$ 2,5 mil e US$ 4 mil (entre R$ 5,5 mil e R$ 8,8 mil) - um salário médio para o padrão nórdico. Tatiana Britto, consultora legislativa do Senado Federal para educação afirma: “O salário é baixo, mas é de classe média europeia. Ninguém acha que vai ser rico sendo professor, mas vai viver bem, com estabilidade e férias um pouco mais longas”. 


Silvia Mutanen é brasileira, casada com finlandês, e há quase dois anos atua como professora de crianças menores de sete anos na Finlândia. Para ela, se o salário não é dos mais altos, o ambiente de trabalho é bom. Dois fatores contribuem para isso: a autonomia dos professores e a sua valorização.

Apesar de a recompensa financeira não ser um grande atrativo, a procura pela profissão é enorme. 

Segundo o Ministério da Educação, apenas um em cada dez candidatos a entrar na universidade para ser professor são aprovados. “Por ser uma carreira concorrida, ela desperta o desejo. E com isso eles atraem os melhores egressos do Ensino Médio”, afirma Suely. Assim, a profissão vai se valorizando frente à sociedade. Salo diz que a popularidade da profissão se deve a uma tradição de respeito à educação. O grupo qualificado que consegue entrar na graduação continua a contar com um ensino sólido. A formação, que inclui mestrado, busca proporcionar um excelente conhecimento da língua e de matemática, uma boa capacidade de comunicação e a compreensão do papel social da profissão.


Autonomia do professor


Ter professores de qualidade permite ao governo dar liberdade para os docentes. O professor Mati Salo diz que, mesmo que o Conselho Nacional de Educação e as autoridades locais deem algumas orientações, as escolas têm autonomia em compor o currículo, e os professores têm liberdade metodológica para colocá-lo em prática. “Isso motiva os professores e permite a inovação”, afirma.

Suely ressalta que o currículo nacional especifica somente os objetivos gerais e cada instituição complementa o currículo em conjunto com os professores. Uma tarde por semana é dedicada a planejar e elaborar o currículo. “Aqui na Finlândia o professor tem total liberdade pra preparar sua aula, ele pode escolher os livros, o material, os recursos a serem utilizados. Há uma grande autonomia cercada de confiança e apoio”, conta a professora Silvia. “O professor não vai apertar parafuso, mas formar pessoas”, diz Tatiana.


A liberdade se dá também aos alunos. Não há períodos integrais, com muitas lições e tantas avaliações quanto no Brasil. Ainda assim, não é possível dizer que não haja pressão aos estudantes. Tatiana diz que, nos anos iniciais, o ensino é realmente mais lúdico, sem deveres de casa, mas há seriedade. “Eu visitei uma escola em semana de provas, com meninos de nono ano, totalmente voltados para aquilo. Todo mundo enfileirado, com o professor fiscalizando”, diz. O que não existe, de fato, é uma grande avaliação externa, um exame nacional. Para Salo, a avaliação não tem função de dividir os melhores alunos dos outros, mas ajudar a desenvolver métodos de ensino que apoiem os estudantes.


Mesmo com tudo isso, a preocupação dos educadores finlandeses é atrair os jovens para a escola. Salo relata que os estudantes, principalmente, em graus mais elevados, precisam se interessar mais. É necessário fazê-los perceber que podem influenciar na vida escolar.


O investimento e a preocupação em formar bons professores ajudam a colocar a Finlândia no topo do Pisa, mas a educação não é papel só da escola. Segundo Silvia, o contexto social e cultural do país faz da escola complemento e apoio do que a criança já traz consigo de casa.


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Exclusivo: ministra finlandesa explica os pilares da educação no país

 

98% da população tem acesso a educação gratuita na Finlândia, e todos professores têm mestrado

 

A ministra da Educação e Ciência da Finlândia, Krista Kiuru, conversou por e-mail sobre questões relativas ao sistema educacional do seu país Foto: Divulgação
A ministra da Educação e Ciência da Finlândia, Krista Kiuru, conversou por e-mail sobre questões relativas ao sistema educacional do seu país
Foto: Divulgação




Líder do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos, na sigla em inglês), ranking internacional de avaliação da educação, a Finlândia chama a atenção da comunidade pedagógica pela eficiência do seu modelo educacional. O país nórdico conseguiu desenvolver uma educação gratuita e de qualidade, sustentada pela valorização do professor em um sistema igualitário e de acesso universal. Mesmo sem uma grande avaliação nacional, o governo finlandês consegue manter uma qualidade homogênea em todas as regiões do país.


Em passagem pelo Brasil no final do mês, quando participará do Bett América Latina Cúpula de Liderança (evento que ocorre nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, em São Paulo), a ministra da Educação e Ciência da Finlândia, Krista Kiuru, 39 anos, conversou por e-mail sobre questões relativas ao sistema educacional do seu país. Representante do Partido Social Democrata, de centro-esquerda, Krista trabalhou no Ministério do Transporte e Comunicações entre 2011 e maio de 2013, quando assumiu seu atual posto. A ministra estudou filosofia, teologia e sociologia, na Universidade de Turku. Atuou como professora de Filosofia, Religião e Artes na escola secundária. A seguir, confira a entrevista exclusiva feita por e-mail pelo Terra.


Terra - Como a Finlândia atingiu um nível tão bom na educação, liderando o ranking do PISA?


Krista Kiuru - Nós estamos muito felizes e honrados com os bons resultados conquistados no último ranking do PISA. Mas também somos um pouco modestos para explicar as razões por trás do nosso sucesso. Não há um simples truque ou uma resposta fácil para essa pergunta. A sociedade finlandesa valoriza a civilização e a educação e, portanto, tem uma atitude muito positiva em relação à educação. Qualquer mudança na política de educação cria sempre um debate público intenso, que reflete o forte compromisso com o assunto na Finlândia.


Para destacar três elementos em nossa educação, menciono os bons professores, a qualidade uniforme na educação e também um claro compromisso com a igualdade. O investimento na formação de professores levou a uma situação em que as diferenças na qualidade do ensino são muito pequenas entre 'uma região e outra. No ensino fundamental, todos os alunos têm acesso garantido à escola mais próxima.


O foco hoje em dia é colocado muito na tecnologia moderna, mas eu gostaria de lembrar a importância da leitura, fundamental para a aprendizagem. Na Finlândia, temos uma rede de bibliotecas de alto padrão, em que nenhuma taxa é cobrada para empréstimo ou uso das coleções. O índice de quase 100% de alfabetização garante o sucesso em diferentes disciplinas e nos diferentes estágios da educação.


Eu tenho enfatizado a boa educação de qualidade uniforme, mas eu gostaria de mencionar também as necessidades individuais. As necessidades dos alunos desempenham um papel importante no currículo nacional. Muita atenção tem sido destinada em apoiar individualmente o aprendizado e o bem-estar dos alunos.


Terra - Como a senhora acha que a tecnologia deve ser usada em sala de aula? É essencial introduzi-la nas escolas?


Krista - A tecnologia é parte da vida das crianças mesmo antes de entrar na escola, de modo que, às vezes, elas são mais experientes com a tecnologia do que os seus professores! A tecnologia moderna pode ampliar tantas possibilidades na sala de aula que não podemos nem mesmo reconhecê-las ainda. Ela é principalmente uma ferramenta para aprender vários assuntos. Sinto-me honrada em dizer que, na Finlândia, temos alguns desenvolvimentos interessantes, como jogos educativos móveis criados com base em pesquisa acadêmica.


A habilidade de usar a tecnologia da informação é essencial para a sobrevivência no mundo de hoje. As escolas desempenham um papel importante para levar as mesmas possibilidades para todas as crianças.


Terra - A Finlândia provou que é possível ter educação gratuita e de qualidade. Como foi esse processo?


Krista - Desde o início do século XIX, a educação popular tem sido uma parte fundamental do projeto de identidade nacional. No século XX, os movimentos políticos compartilharam amplamente esta atitude positiva para a educação. Serviços básicos bons e gratuitos são o coração da sociedade de bem-estar finlandesa. De acordo com este pensamento, todas as pessoas têm o direito a ter serviços de qualidade, não importando a sua origem familiar ou o local de residência. A educação de qualidade desde a educação infantil até o nível universitário é uma parte importante desses serviços básicos.


Há ainda um forte consenso na Finlândia sobre educação gratuita; este valor é amplamente compartilhado pela população e por todos os partidos políticos finlandeses. Como os recursos naturais do nosso país são limitados e localizados longe das principais áreas de mercado, a boa educação das pessoas e o investimento no capital humano são prioridades.


Terra - Como vocês fizeram para formar bons professores e valorizá-los ?


Krista - Historicamente, os professores têm sido altamente valorizados na sociedade finlandesa. A profissão de professor ainda é muito popular, por isso as nossas universidades que formam professores podem escolher o melhor entre os melhores candidatos. Nossos professores têm uma formação acadêmica baseada em pesquisa e todos têm mestrado. A formação inclui vários períodos de práticas pedagógicas, por isso mesmo os jovens professores têm experiência no ensino logo que graduados. Eles conhecem o assunto e são pedagogicamente bem treinados.


Como os professores são altamente qualificados, confiamos neles e há total independência para organizarem o seu trabalho. Acho que confiar no seu profissionalismo é a melhor maneira de mostrar o apreço. Por exemplo, os materiais didáticos não são inspecionados em nível nacional (esta prática foi abandonada no início da década de 1990), então as escolas e os professores têm a liberdade de escolher o material que desejam utilizar, bem como os métodos de ensino.



Terra - Qual é o papel do governo na educação? As escolas são absolutamente livres para decidir como ensinar e avaliar os alunos?


Krista - Nosso sistema educacional se baseia em autogestão das escolas, currículos escolares desenhados a partir de metas nacionais e autoavaliação. Flexibilidade na governança quer dizer que a responsabilidade pela educação repousa nas autoridades locais, ou seja, muito perto dos jovens e de suas famílias.


O governo determina os objetivos gerais da educação e a distribuição de horas de aula. O Ministério da Educação e Cultura elabora a legislação e decisões relativas à educação. O Conselho Nacional de Educação estabelece os objetivos concretos e conteúdos fundamentais do ensino nas diferentes disciplinas e é responsável pelo currículo nacional. As autoridades locais são responsáveis pelo arranjo prático de escolaridade e por compor o currículo municipal. Cada escola, em seguida, escreve o seu próprio currículo baseado tanto no currículo nacional quanto no municipal.


Terra - Que medidas implantadas na educação finlandesa poderiam ser aplicadas para um país com uma realidade diferente como o Brasil?


Krista - É sempre bom aprender com as experiências de outros países - isso é o que há de melhor na cooperação internacional. Mas dar conselhos ou copiar algo não é a abordagem correta. Cada sistema de ensino reflete a cultura e a história de seus países - é por isso que boas experiências e práticas não podem ser transferidas diretamente de um país para outro. Mas o que pode ser dito é que o compromisso com a educação como um direito humano básico à disposição de todos, a igualdade entre os alunos - o que significa que você deve ver o potencial de todas as crianças -, a escolaridade como um serviço público e professores altamente qualificados têm funcionado bem na Finlândia.


Desejo encorajar o Brasil a ter um debate nacional forte e aberto sobre a política de educação, e, com base nesta discussão, dar passos determinados na aplicação das reformas que são consideradas necessárias. Fico feliz que o Brasil e a Finlândia estejam tendo uma cooperação tão intensa na educação, para que possamos compartilhar nossos pensamentos e trabalhar em conjunto para uma melhor educação em ambos os países.








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