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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Terapias & Medicina Natural: Tintura de coentro retira metais pesados do corpo

 

Estamos continuamente expostos a fontes de poluição ambiental, sonora e alimentar. Focando a questão alimentar, temos de nos preocupar com a qualidade e o tipo dos alimentos, dando preferência aos orgânicos, especialmente os alimentos ricos em água e que, portanto, carregam grande porcentagem de agrotóxicos, como tomate, melancia e fruta.

Porém existe um grande risco que é muito pouco divulgado e estudado: a contaminação por metais pesados. Os principais vilões desta história são o chumbo, o mercúrio, o cobre e o alumínio. Peixes e frutos do mar apresentam níveis muito elevados de contaminação com mercúrio, tanto os de criadouro quanto os das áreas costeiras. O mais saudável seria o consumo de peixes de alto-mar e de águas profundas, como bacalhau, mas seu custo é elevado.

Cozinhar em panelas de alumínio ou comer alimentos guardados em embalagens com esse metal também aumenta o risco de contaminação por ele. Ainda é discutível se o uso de desodorantes e antitranspirantes que contêm cloreto de alumínio pode ser um fator de risco.

O chumbo, presente em embalagens antigas de creme dental, e o cobre, presente em águas contaminadas, dispositivos intrauterinos e em alguns pesticidas, podem apresentar sérios riscos à saúde. Os estudos iniciais mostram que a contaminação por esses metais influi negativamente na pressão arterial, nos fenômenos de aterosclerose (placas de gordura nas artérias) e agregação plaquetária.

Além dos tratamentos estabelecidos pela medicina ortomolecular, contamos com o coentro (Coriandrum sativum) como um desintoxicante muito potente. A tintura e o extrato do coentro, além de ter atividade antioxidante, atuam na quelação de metais pesados do corpo, com a vantagem de apresentar disponibilidade e custo baixo. Caso esteja realizando um tratamento de desintoxicação, especialmente com o coentro, tome bastante água (e de boa procedência), pois grande parte da excreção desses metais se dá pela urina.
Agora vamos ensinar a receita de tintura de coentro, que, além de retirar os metais pesados do nosso corpo, é boa para melhorar a digestão e combater cólicas estomacais e intestinais.

INGREDIENTES

1 colher (sopa) de sementes de Coentro secas
1 xícara de álcool de cereais a 60%

MODO DE PREPARO

Ponha 1 colher (sopa) de sementes de coentro secas em 1 xícara (chá) de álcool de cereais a 60%.
Deixe macerar por 5 dias.
Após o processo, coe a mistura.

MODO DE USAR

Dilua 20 gotas em 1 copo de água e beba duas vezes por dia por um mês.
Observação: O álcool de cereais pode ser encontrado em farmácias. E as sementes de coentro, em boas lojas de ervas e produtos naturais.



Fonte: http://www.curapelanatureza.com.br/





quinta-feira, 17 de julho de 2014

EDUCAÇÃO HOLÍSTICA: MANIFESTO DA PEDAGOGIA 3000 - A Pedagogia do Terceiro Milênio (manifesto subscrito pelo Instituto Mensageiros do Amanhecer)







Estimados amigos e amigas,



É com muita alegria que fazemos chegar até vocês o Manifesto Educação 3000, redigido conjuntamente por mães, pais, jovens e educadores de vários países, para impulsionar uma nova educação e maior consciência no planeta Terra.
 

Se gostarem e quiserem unir-se a nós, convidamos todos a difundirem este manifesto, a infundi-lo e a torná-lo realidade, estejam onde estiverem.



Com muito carinho
 

Noemi Paymal, Ignasi Salvatella, Ivete Carrión e
Equipe Internacional de Redação




Manifesto
Educação 3000



1 - Considerando,

  • 1.1 - as mudanças rápidas e massivas que estão ocorrendo com todas as crianças e jovens de hoje, mudanças que observamos no âmbito físico, fisiológico, emocional, cognitivo, de conduta, ético e espiritual;
  • 1.2 - a necessidade de adequar a educação atual às capacidades das crianças e dos jovens de hoje, tanto em sua forma de aprender, como em seu modo de ser, perceber e interiorizar o mundo;
  • 1.3 - a necessidade de que as mães, os pais e os docentes vivam a educação com bem-estar, paz e harmonia, bem como de melhorar a qualidade da vida no lar, na escola e na sociedade;
  • 1.4 - as aspirações globais atuais com relação à co-construção de uma nova humanidade mais humanitária, solidária e multicultural;
  • 1.5 - os novos paradigmas que incidem em todos os âmbitos do desenvolvimento humano;

2 - Manifestamos,

  • 2.1 - que queremos, todos juntos, impulsionar uma nova educação que responda aos parâmetros expostos anteriormente;
  • 2.2 - que desejamos colaborar ativamente para uma nova educação que seja baseada nas crianças e jovens, e em suas necessidades atuais;
  • 2.3 - que pretendemos co-construir agora, e cada um de onde estiver, um ambiente educativo apropriado, assim como ferramentas e propósitos para uma nova educação;
  • 2.4 - que nos comprometemos a atender os aspectos afetivos e emocionais das crianças, dos jovens e de si mesmo, como base fundamental de todo o processo de crescimento;
  • 2.5 - que vamos difundir o acima exposto e criar uma maior consciência global no planeta;

3 - Convidamos,


3.1 -  Aos Estados, Nações, Ministérios de Educação e Organismos Internacionais comprometidos com a infância, a juventude e o desenvolvimento humano, às ONGs, Instituições, Associações, Coletivos e a toda a população mundial,
  • 3.1.1 - a somar-se e a atender de forma harmoniosa, dentro de seus âmbitos de influência, às mudanças que uma nova educação requer, apoiando, assim, o futuro de seus respectivos países e do planeta;
  • 3.1.2 - a considerar e priorizar em todas as áreas (educativa, sanitária, social, esportiva, tecnológica, ambiental...) a todas as crianças e jovens de hoje e aos que estão por vir;
  • 3.1.3 - a fomentar e instrumentar os quatro pilares da educação expostos no informe à UNESCO pela Comissão Internacional sobre a  Educação para o Século XXI: Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser;
  • 3.1.4 - a apoiar investigações multidisciplinares e desenvolver ferramentas alternativas e complementares para o desenvolvimento integral do ser;
  • 3.1.5 - a reconhecer que o direito à educação começa no período pré-natal e continua durante todo o ciclo vital;
  • 3.1.6 - a implantar um marco legal flexível que reconheça às famílias e aos educadores a liberdade de criar escolas-centros experimentais e a levar a cabo outras iniciativas educativas alternativas, oferecendo o apoio necessário;

3.2 - Aos produtores e meios de comunicação,

  • 3.2.1 - a comunicar e a transmitir as novas características e necessidades das crianças e jovens de hoje, assim como as ferramentas educativas a eles vinculadas;
  • 3.2.2 - a produzir, promover e difundir programas, produtos e materiais que apoiem tudo o que foi anteriormente manifestado e que gerem maior consciência.

4 - Desejamos que o maior número de pessoas, associações, instituições e governos assinem este Manifesto e que o apoiem ativamente,
          Para nós mesmos;
                  Para as crianças e jovens;
                          Para a nova humanidade;
                                  Para o planeta.

                           


Argentina, em 8 de agosto de 2008

 
Enlace Mundial para uma Nova Educação - EMANE


                                                                                      
Manifesto redigido por cidadãos do mundo, reunidos durante o Encontro Internacional do Enlace Mundial para uma Nova Educação - EMANE, que teve lugar na Argentina, em 3 de agosto de 2008, organizado por Pedagooogia 3000, Adhyayana22 - Educándo-nos con Conciencia e
Centro de Investigación Asiri, na ocasião firmado inicialmente por representantes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colombia, Equador, Espanha, Catalunha, França, México e Peru e lançado simultaneamente para o mundo todo em 8 de agosto de 2008.


  • Pedagooogía 3000®, npaymal@pedagooogia3000.info, noemi.paymal@gmail.com, www.pedagooogia3000.info,  (591) 772 17 913, La Paz, Bolivia. Noemi Paymal.
  • Adhyayana22 - Educándo-nos con Conciencia, educacio22@gmail.com (34) 665 804 833 Barcelona, España. Ignasi Salvatella.
  • Centro de Investigación Asiri, infoindigoasiri@gmail.com, www.indigouniversal.org, (51) 1 226 39 52, Lima, Perú. Ivette Carrión.
  •  y el equipo de redacción y de traducción.





Tradução para o Português: Isabel Seidl
Fonte: www.pedagooogia3000.info




NOTA:
O Instituto Mensageiros do Amanhecer não só fez a sua adesão a este movimento e subscreveu o presente manifesto, como também adotou a Pedagogia 3000, uma das vertentes da Educação Holística, como a sua base pedagógica, por refletir exatamente a sua visão da educação e a sua filosofia de trabalho. A Pedagogia 3000 é o sistema pedagógico ideal e o mais adequado para a educação de crianças com altas habilidades ou crianças índigo, as crianças do Terceiro Milênio.












































terça-feira, 15 de julho de 2014

EMOCIONANTE: Golfinho pede ajuda a mergulhador





terça-feira, 8 de julho de 2014

EDUCAÇÃO INTEGRAL - A Pedagogia Libertadora de Sri Aurobindo






A Educação Integral é decorrente da visão de Sri Aurobindo e formulada em  termos prático-vivencias por Mira Alfassa, A Mãe. Segundo ela, tal educação abrangeria os cinco principais componentes do ser humano: o físico, o vital, o mental, o psíquico e o espiritual. A educação integral visaria "a realização simultânea de dois movimentos interligados: de um lado, o ajudar o ser a encontrar sua lei de crescimento característica e missão central e caminho, e crescer de conformidade com eles; junto com isso fazê-lo ver e com força sentir a unidade que tudo forma e como cada um de nós, integrando esta unidade, é um de seus múltiplos elementos, minúsculo em relação à imensidade do todo e, no entanto, indispensável para seu existir..." (Rolf Gelewski, 1977).

Os Três Princípios Educacionais de Sri Aurobindo

Primeiro Princípio:  Nada pode ser ensinado. O professor não é um instrutor ou um mestre de tarefas, ele é alguém que ajuda e guia.
“O primeiro princípio do ensinar verdadeiro é que nada pode ser ensinado. O professor não é um instrutor ou um mestre de tarefas, ele é alguém que ajuda e guia. Sua tarefa é sugerir e não impor. Ele, no fundo, não treina a mente do aluno, apenas lhe mostra como aperfeiçoar seus instrumentos de conhecimento, e o ajuda e encoraja no processo. Ele não lhe transmite conhecimento, ele lhe mostra como adquirir conhecimento por si mesmo. Ele não faz aparecer o conhecimento que está dentro, apenas lhe mostra onde se situa e como se pode habituá-lo a subir à superfície. A distinção que reserva este princípio ao ensino das mentes adolescentes e adultas e nega sua aplicação à criança, é uma doutrina conservadora e não inteligente. Criança ou homem, menino ou menina, há somente um princípio sadio de bom ensino. A diferença de idade serve apenas para diminuir ou aumentar a quantidade de ajuda e guiança necessárias; não muda sua natureza.”

Segundo Princípio: A mente tem que ser consultada em seu próprio crescimento.
“O segundo princípio é que a mente tem que ser consultada em seu próprio crescimento. A idéia de martelar a criança até ela chegar a forma desejada pelo pai ou pelo professor é uma superstição bárbara e ignorante. É ela própria que deve ser levada a expandir-se de acordo com sua própria natureza. Não pode haver erro maior do que o pai estabelecer de antemão que seu filho deve desenvolver qualidades, capacidades, idéias, virtudes particulares, ou ser preparado para uma carreira preestabelecida. Forçar a natureza a abandonar seu próprio dharma é causar-lhe um mal permanente, mutilar seu crescimento e desfigurar sua perfeição. É uma tirania egoística sobre uma alma humana e um ferimento à nação, que perde o benefício do melhor que um homem poderia ter dado a ela, e em vez disto é forçada a aceitar algo imperfeito e artificial, de segunda mão, padronizado e comum. Cada um tem em si algo divino, algo bem seu, uma chance de perfeição e força em uma esfera por menor que seja, que Deus oferece a ele para pegar ou recusar. A tarefa é encontrar isto e desenvolvê-lo e usá-lo. O objetivo principal da educação deveria ser ajudar a alma em crescimento a extrair de si o melhor e torná-lo perfeito para um uso nobre.”

Terceiro Princípio: Trabalhar a partir do que está perto para o que está distante, a partir do que é para o que deve ser.
“O terceiro princípio da educação é trabalhar a partir do que está perto para o que está distante, a partir do que é para o que deve ser. A base da natureza de um homem é quase sempre, em acréscimo ao passado de sua alma, sua hereditariedade, seu ambiente, sua nacionalidade, seu país, o solo do qual ele tira sustento, o ar que ele respira, as paisagens, os sons, os hábitos a que ele está acostumado. Apesar de insensivelmente, eles não o moldam menos poderosamente, e é disto, pois, que temos que começar. Não devemos arrancar a natureza pelas raízes da terra em que ela deve crescer, ou rodear a mente com imagens e idéias de uma vida que é estranha a esta em que ela deve fisicamente se mover. Se alguma coisa tem que ser introduzida de fora, ela deve ser oferecida, e não forçada sobre a mente. Um crescimento livre e natural é a condição do desenvolvimento genuíno. Existem almas que naturalmente se revoltam contra seu ambiente e parecem pertencer a outra idade e clima. Que elas sejam livres para seguir sua inclinação; mas a maioria enfraquece, torna-se vazia, torna-se artificial, se artificialmente adaptada ao molde de uma forma estranha. É o arranjo de Deus que elas pertençam a uma nação, época, sociedade particulares, que elas sejam crianças do passado, possuidoras do presente, criadoras do futuro. O passado é nossa base, o presente nosso material, e o futuro é nosso objetivo e cume.”



Fonte: http://www.casasriaurobindo.com.br/


 

A Pedagogia do Livre Pensar, do Krishamurti: A FUNÇÃO LIBERTADORA DA EDUCAÇÃO










Você já reparou como a maioria das pessoas a sua volta tem pouca energia, inclusive seus pais e professores? Eles estão morrendo aos poucos, mesmo quando seus corpos ainda não estão velhos. Por que? Porque eles foram condicionados e levados à submissão pela sociedade. 

Veja bem,... sem compreender seu propósito fundamental que é descobrir essa coisa extraordinária chamada mente,... que tem a capacidade de criar submarinos atômicos e aviões à jato,... que pode escrever a mais surpreendente poesia e prosa,... que pode fazer o mundo tão belo e também destrui-lo – sem compreender seu propósito profundamente, que é descobrir a verdade ou Deus, esta energia se torna destrutiva. Mas então vem a sociedade e diz, “devemos moldar e controlar a energia do indivíduo”. 

Então, me parece que a função da educação é provocar uma liberação de energia na busca da bondade, verdade ou Deus, o que faz do indivíduo um verdadeiro ser humano e, portanto, o tipo correto de cidadão, livre, independente, autônomo e autosuficiente. Mas a simples disciplina, sem a completa compreensão de tudo isto, não tem qualquer significado e se torna a coisa mais destrutiva. 

A menos que cada um de vocês seja educado de tal modo que, ao deixar a escola e entrar no mundo, esteja cheio de vitalidade e inteligência, cheio de energia transbordante para descobrir o que é a verdade, você será simplesmente absorvido pela sociedade, você será sufocado, destruído e se tornará miseravelmente infeliz pelo resto de sua vida. 

Como o rio cria as margens que o retém, assim a energia que busca a verdade cria sua própria disciplina sem nenhuma forma de imposição; e assim o rio chega ao mar, da mesma forma como essa energia encontra sua própria liberdade. 
 (Think On These Things, Chapter 24)
 
Qual é a verdadeira função de um educador?

Qual é a verdadeira função de um educador? O que é educação? Por que somos educados? Somos realmente educados? Porque você passa em alguns exames, tem um emprego, para competir, lutar, brutalizar a ambição, isso é educação? 

O que é um educador? Educador é aquele que prepara o aluno para um emprego, simplesmente um emprego, para um empreendimento técnico a fim de ganhar a vida? Bem, pelo menos isso é o que conhecemos presentemente. 

Há grandes escolas, universidades onde se prepara a juventude, rapaz ou moça, para ter um emprego, ter conhecimento técnico de modo que ele ou ela possam ter um sustento. É apenas essa a função do verdadeiro educador? Deve haver alguma coisa além disso, pois isso é muito mecânico, vazio de alma. 

Então você diz que o educador deve ser um exemplo. Tudo bem. Você concorda que terá que acompanhar a verdade do assunto, entrar nele. Mas quando você entrar nele vai acabar descobrindo a verdade disso, ou seja, que nenhum exemplo é necessário. O necessário é apenas a liberdade e a energia para você descobrir a sua própria verdade. 
(J. Krishnamurti The Collected Works Volume VIII)

A educação está em suas mãos.

Qual é o lugar da disciplina na educação? 
Eu diria nenhum e explicarei, num instante. 
Qual é o propósito da disciplina? O que você quer dizer com disciplina? Você, sendo o professor, quando você disciplina, o que acontece? Você está forçando, obrigando, impondo limites; há uma compulsão, mesmo delicada, mesmo gentil, de estabelecer o que significa conformidade, submissão, limitação, medo. 

Mas você dirá, “Como pode uma grande escola ser dirigida sem disciplina?” Não pode. Portanto, grandes escolas deixam de ser instituições educacionais e se tornam apenas instituições rentáveis, para o patrão ou para o governo, para o diretor ou o dono. Senhor, se você ama seu filho, você o disciplina? Você o obriga? Força-o em um padrão de pensamento? 

Você o observa, não é? Tenta entendê-lo e tenta descobrir quais são os motivos, os anseios, os impulsos, que estão por trás daquilo que ele faz e compreendendo-o você irá produzir o ambiente correto, a quantidade correta de sono, a comida correta, a quantidade correta de brincadeira, de que ele precisa. Tudo isso está implicitado quando você ama uma criança, mas nós não amamos as crianças, porque não temos nenhum amor em nossos corações. Apenas criamos as crianças. E naturalmente, quando você tem muitas, deve discipliná-las e a disciplina se torna um caminho fácil para enfrentar essa dificuldade de cria-las. 

Entretanto, disciplina significa resistência. Você cria resistência contra aquilo que você está impondo. Você pensa que a resistência produzirá compreensão, pensamento, afeição? A disciplina só pode construir muros em sua volta. A disciplina é sempre exclusiva, ao passo que a compreensão é inclusiva. A compreensão chega quando você investiga, quando examina, quando explora, o que requer consideração, cuidado, pensamento, afeição. 

Numa escola grande, tais coisas não são possíveis, mas apenas numa escola pequena. Mas escolas pequenas não são lucrativas para o dono particular ou para o governo e desde que você, que é responsável pela escolha do governo, não está realmente interessado em seus filhos, quem vai se importar? 

Se você amasse seus filhos, não simplesmente como brinquedos, como coisas para diverti-lo um pouco e gerar algum aborrecimento depois, se você realmente os amasse, permitiria que todas estas coisas continuassem? Não gostaria de saber o que eles comem, onde dormem, o que fazem o dia inteiro, se batem neles, se são oprimidos, se são traumatizados, destruídos? 

Mas isto significaria uma investigação, consideração pelos outros, seja por seus próprios filhos ou os de seu vizinho, mas você não tem esta consideração, não tem este amor, seja por seus próprios filhos, ou mesmo por sua esposa ou marido. Assim, a causa e a solução do problema está em suas mãos, senhores, não nas mãos de algum governo ou sistema. Assumam e deixem de empurrar a responsabilidade para os outros. E a solução de tudo qual é? É o amor, mas não este que você pensa e diz que tem.
(The Collected Works, Vol IV Bombay 9th Public Talk 13th March, 1948)


A educação correta é uma tarefa mútua. 


Se o professor assume um interesse real pela criança como um indivíduo, os pais terão confiança nele. Neste processo, o professor estará educando também os pais assim como a si mesmo, enquanto aprende de volta com eles. 

A educação correta é uma tarefa mútua, exigindo paciência, dedicação, consideração e afeto. Professores esclarecidos, numa comunidade esclarecida, poderiam trabalhar este problema de como criar as crianças e experimentos nesta linha deveriam ser feitos numa escola pequena, por professores interessados e pais cuidadosos.



A maturidade chega com a compreensão



Não existe diferença essencial entre o idoso e o jovem, pois ambos são escravos de seus próprios desejos e gratificações. Maturidade não é uma questão de idade, ela vem com a compreensão. O ardente espírito de investigação é talvez mais fácil para o jovem, porque aqueles que são mais velhos já foram esgotados pela vida. Os conflitos os exauriram e a morte sob diferentes formas os aguarda. Isto não significa que eles sejam incapazes de realizar uma investigação proveitosa, só é mais difícil para eles. 

Muitos adultos são imaturos e mesmo infantis e esta é uma causa que contribui significativamente para o caos e miséria do mundo. As pessoas mais velhas são responsáveis pela predominante crise econômica e moral e uma das nossas infelizes fraquezas é que queremos sempre um outro alguém para tomar decisões e agir por nós e cuidar do curso de nossas vidas. 

Esperamos sempre que outros se revoltem e construam o novo, enquanto nós permanecemos inativos e acomodados até estarmos seguros do resultado. A maioria de nós está atrás de segurança e sucesso e uma mente que está buscando segurança, que anseia por sucesso, não é inteligente e, portanto, é incapaz de ação integrada. 

Só pode haver ação integrada se a pessoa está cônscia do próprio condicionamento, de seus próprios preconceitos raciais, nacionais, políticos e religiosos, ou seja, só quando a pessoa percebe que os caminhos do ego são sempre separativos. 

A vida é um poço de águas profundas. A pessoa pode chegar a ele com pequenos baldes e pegar só um pouco de água de cada vez, ou pode chegar com grandes vasilhas, levando águas abundantes que o nutrirão e o sustentarão. Enquanto a pessoa é jovem, vive o tempo de investigar e de experimentar tudo. A escola poderia ajudar seus jovens a descobrir sua vocação e responsabilidades através de atividades práticas que os ajude a descobrirem-se e aprenderem a andar com suas próprias pernas e não meramente encher suas mentes com fatos e conhecimento tecnológico; devia ser apenas a base de sustentação, o solo fértil onde eles poderiam crescer felizes e integralmente, sem qualquer medo.

(Education and the Significance of Life Chapter 2 The Right Kind of Education)









Uma visão geral sobre a vida e obra de Krishnamurti


Jiddu Krishnamurti nasceu em 11 de maio de 1895 em Madanapele, uma pequena vila no sul da Índia. Ele e seu irmão foram adotados em sua juventude pela Dra. Annie Besant, então presidente da Sociedade Teosófica. Dra. Besant e outros proclamaram que Krishnamurti seria um dia um mestre instrutor do mundo, que viria como os teosofistas haviam previsto. Para preparar o mundo para sua chegada, uma organização internacional chamada Ordem da Estrela do Oriente foi formada para que o jovem Krishnamurti viesse a ser o seu líder.


Em 1929, entretanto, ao ser empossado como líder desta organização Krishnamurti em seu discurso de posse surpreendeu a todos renunciando ao papel que lhe fora destinado e dissolvendo em seguida a Ordem que tinha inúmeros seguidores e devolvendo todo o dinheiro e as propriedades, inclusive um castelo na Escócia, que haviam sido doados para o seu trabalho.


A partir de então, por quase sessenta anos, até sua morte em 17 de fevereiro de 1986, ele viveu de maneira simples e despojada e viajou pelo mundo todo falando para grandes audiências e indivíduos sobre a necessidade de uma mudança radical na consciência da humanidade.


Krishnamurti é tido mundialmente como um dos maiores filósofos, pensadores e instrutores religiosos de todos os tempos. Ele era um livre pensador e não seguia nem apresentava nenhuma filosofia ou religião, mas falava sobre coisas que preocupam a todos nós em nossa vida diária, dos problemas do viver numa sociedade moderna com sua violência e corrupção, da busca individual por segurança e felicidade e da necessidade da humanidade de se livrar do peso interior do medo, da dor, da tristeza e do apego. Ele explicou com grande precisão o funcionamento da mente humana e apontou a necessidade para trazer à nossa vida diária uma qualidade profundamente meditativa e espiritual.


Krishnamurti não pertencia a nenhuma organização religiosa, seita ou país, nem estava associado a qualquer escola política ou pensamento ideológico. Pelo contrário, ele afirmou que estes são os verdadeiros fatores que dividem os seres humanos e que provocam o conflito e a guerra. Ele lembrava incessantemente aos seus ouvintes que antes de sermos hindus, muçulmanos, ou cristãos, somos seres humanos, que somos iguais ao resto da humanidade e que não somos diferentes uns dos outros. Ele pediu que andemos suavemente por esta Terra sem nos destruirmos ou destruirmos ao meio ambiente. Ele transmitiu aos seus ouvintes um profundo senso de respeito pela natureza. Seus ensinamentos transcendem os sistemas de crenças feitos pelo homem ou qualquer sentimento de nacionalismo ou de sectarismo. Ao mesmo tempo, eles dão um novo sentido e direção à busca da verdade pela humanidade. Seus ensinamento, além de serem relevantes à idade moderna, são atemporais e universais.

Krishnamurti nunca foi um guru, não admitia seguidores e não falava como um guru, mas como um amigo. Suas palestras e discussões não são baseadas num conhecimento tradicional, mas em seus próprios vislumbres sobre a mente humana e sua visão do sagrado, portanto ele sempre transmite uma sensação de frescor e clareza, apesar da essência de sua mensagem ter se mantido inalterada através dos anos. Quando se dirigia a grandes audiências, as pessoas sentiam que Krishnamurti estava falando com cada uma delas pessoalmente, sobre seus problemas em particular. Em suas entrevistas privadas ele era um professor compassivo, ouvindo atentamente o homem ou mulher que vinha a ele em sofrimento, encorajando-os a curarem a si mesmo através do seu próprio entendimento. Estudiosos de religião descobriram que suas palavras lançavam uma nova luz aos conceitos tradicionais.

A educação foi sempre uma das preocupações de Krishnamurti. Fundou várias escolas experimentais em diferentes partes do mundo e que existem até hoje, onde crianças, jovens e adultos pudessem aprender juntos a viver um quotidiano de compreensão da sua relação com o mundo e com os outros seres humanos, de descondicionamento e de florescimento interior.

Krishnamurti aceitou desafios de cientistas modernos e psicólogos e os acompanhou passo a passo, discutindo suas teorias e, eventualmente, capacitando-os a enxergar os limites dessas teorias.

Krishnamurti deixou um imenso acervo em forma de discursos públicos, escritos, discussões com professores e estudantes, com figuras religiosas e científicas, conversas com indivíduos, entrevistas em televisão e rádio e cartas. Muito deste material foi publicado como livros, áudio e vídeos.

Mais informações sobre a vida de Krishnamurti podem ser encontradas nas biografias escritas por Mary Lutyens e Pupul Jayakar.
 












 

domingo, 6 de julho de 2014

INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS







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"As inteligências dormem. Inúteis são todas as tentativas de acordá-las por meio da força e das ameaças. As inteligências só entendem os argumentos do desejo: elas são ferramentas e brinquedos do desejo". (Rubens Alves, em Cenas da Vida).
 


por Luiz Carlos Panisset Travassos [1]


RESUMO
 

Faz-se necessário uma visão do pensamento humano mais ampla e mais abrangente daquelas aceitas pelos estudos cognitivos tradicionais, sendo inegável a influência da Teoria de Jean Piaget que vê todo pensamento humano como uma luta pelo ideal do pensamento científico.Tomamos a decisão de escrever o presente artigo a respeito das "Inteligências Múltiplas", para enfatizar um número desconhecido de capacidades humanas diferenciadas, variando desde a inteligência musical até a inteligência envolvida no entendimento de si mesmo e as implicações educacionais de tais descobertas. Apresentaremos um background da teoria, definindo "inteligência", métodos de pesquisa, com uma visão da paisagem cognitiva, relacionando inteligência à criatividade, ao gênio, à prodigiosidade, à perícia e outras realizações mentais desejáveis.Uma consideração séria de ampla variedade de inteligências humanas que conduzem a uma nova visão de educação, sendo que a melhor maneira de compreender cada inteligência é concebendo-as como interrelacionadas, com possibilidade de existência de diferentes perfis intelectuais em diferentes grupos; resgatando portanto um novo papel para o educador.
Palavras-chave: inteligência, inteligências múltiplas, Jean Piaget, cognição.




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Breve resumo sobre as Inteligências Múltiplas de Gardner
 

Começaremos nossa descrição sobre as inteligências humanas, voltando a Paris em 1900, quando alguns pais procuraram o Sr. Alfred Binet questionando-o se haveria alguma possibilidade de detectar, através de testes psicológicos, o sucesso ou o fracasso de suas crianças nas séries primárias das escolas parisienses. Binet, rapidamente criou o teste de inteligência onde o Q.I. seria sua medida.
 

O sucesso desse teste, porém, só tornou-se evidente nos Estados Unidos, quando na 1ª Guerra Mundial, cerca de 1 milhão de recrutas foram selecionados através desse teste.
 

A insatisfação com o conceito de Q.I. e suas versões como o SAT (visões unitárias de inteligência), levaram alguns estudiosos como Tarustone e Guilford a criticarem seriamente esse conceito de inteligência.
 

Para Gardner não bastavam as críticas, ele acreditava que deveriam ser abandonados os testes e suas correlações e partir para observar as fontes de informações mais naturalistas a respeito de como as pessoas, no mundo todo, desenvolvem capacidades importantes para seu modo de vida.
 

Em seu trabalho, Gardner procura os blocos construtores das inteligências utilizadas por marinheiros, cirurgiões, feiticeiros, prodígios, sábios, crianças e artistas, enfim todos aqueles que apresentam perfis cognitivos regulares ou circuitos irregulares em diferentes culturas e espécies.
 

Ao observar todas essas fontes de informações sobre o desenvolvimento, sobre colapsos, sobre populações especiais e assim por diante, acabou reunindo uma grande quantidade de informações.

Para organizá-las Gardner teorizou as sete inteligências:
1. Inteligências Lingüísticas: característica dos poetas;
2. Inteligências Lógico-Matemática: à Capacidade lógica e matemática;
3. Inteligências Espacial: à capacidade de formar um mundo espacial e de ser capaz de manobrar e operar utilizando esse modelo (Marinheiros, Engenheiros, cirurgiões, etc.);
4. Inteligência Musical: possuir o dom da música como Mozart;
5. Inteligência Corporal-Cinestésica: capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo (Dançarinos, Atletas, artistas, etc.);
6. Inteligência Interpessoal (ou de Liderança): capacidade de compreender outras pessoas (Vendedores, Políticos, Professores, etc.);
7. Inteligência Intrapessoal: capacidade correlativa, voltada para dentro. Capacidade de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo e de utilizar esse modelo para operar efetivamente na vida.

8. Inteligência Naturalística: capacidade em reconhecer padrões na natureza, identificar e classificar objetos e as numerosas espécies, compreender sistemas naturais e aqueles criados pelo homem.
9. Inteligência Existencial (ou Espiritual): capacidade do homem fazer perguntas e encontrar respostas sobre si mesmo, sua origem e seu fim.

Para Gardner o propósito da escola deveria ser o de desenvolver essas inteligências e ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos de ocupação adequados ao seu espectro particular de inteligência. Gardner propõe uma escola centrada no indivíduo, voltada para um entendimento e desenvolvimento ótimos do perfil cognitivo do aluno.
 

A escola ideal de Gardner baseia-se em algumas suposições:
• nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades, nem aprendem da mesma maneira.
• ninguém pode aprender tudo o que há para ser aprendido.
• a tarefa dos especialistas em avaliação seria a de tentar compreender as capacidades e interesses dos alunos de uma escola.
• a tarefa do agente de currículo para o aluno seria a de ajudar a combinar os perfis, objetivos e interesses dos alunos a determinados currículos e determinados estilos de aprendizagem.
• a tarefa do agente da escola-comunidade seria a de encontrar situações na comunidade determinadas pelas opções não disponíveis na escola, para as crianças que apresentam perfis cognitivos incomuns.
• um novo conjunto de papéis para os educadores deveria ser construído para transformar essas visões em realidade.
• Gardner passa a se preocupar com aquelas crianças que não brilham nos testes padronizados, e que, consequentemente, tendem a ser consideradas como não tendo nenhum tipo de talento.
 

Para Gardner os professores seriam liberados para fazer aquilo que deviam fazer: ensinar o assunto de sua matéria, em seu estilo de ensino preferido. O professor-mestre faria a supervisão e a orientação dos professores inexperientes, procurando assegurar que a equação aluno-avaliação-currículo-comunidade estivesse adequadamente equilibrada. Para concretizarmos a escola centrada no aluno devemos resistir as enormes pressões atuais para a uniformidade e para as avaliações unidimensionais.

Para Gardner existem 3 tipos de preconceitos na sociedade atual.
Ocidentalista: colocar certos valores culturais ocidentais num pedestal (Pensamento lógico);
Testista: sugere um preconceito no sentido de focar aquelas capacidades ou abordagens humanas que são prontamente testáveis. "Os psicólogos deveriam passar menos tempo classificando as pessoas e mais tempo tentando ajudá-las".
Melhorista: qualquer crença de todas as respostas para um dado problema estão em uma determinada abordagem, tal como o pensamento lógico-matemático, pode ser muito perigoso.
 

Se pudéssemos mobilizar toda a gama das inteligências humanas e aliá-las a um sentido ético, talvez pudéssemos ajudar a aumentar a probabilidade da nossa sobrevivência neste planeta, e talvez inclusive contribuir para a nossa prosperidade.
 

O Que Constitui uma Inteligência?
 

Na visão tradicional a inteligência é conceituada como a capacidade de responder a testes de inteligência, o Q.I. Alguns testes realizados demonstram que a "faculdade geral da inteligência" não muda muito com a idade ou com treinamento ou experiência. A inteligência é um atributo ou uma faculdade inata do ser humano.
 

Gardner procurou ampliar este conceito. A inteligência para ele, é a capacidade de solucionar problemas ou elaborar produtos que são importantes em um determinado ambiente ou comunidade cultural. 

A capacidade de resolver problemas permite às pessoas abordar situações, atingir objetivos e localizar caminhos adequados a esse
objetivo.
 

A criação de um produto cultural torna-se crucial nessa função na medida em que captura e transmite o conhecimento ou expressa as opiniões ou sentimentos da pessoa. Os problemas a serem resolvidos são os mais diversos, indo desde uma teoria científica até uma composição poética ou musical.
 

A teoria das inteligências múltiplas foi elaborada à luz das origens biológicas de cada capacidade de resolver problemas. A tendência biológica deve ser vinculada aos estímulos culturais. A linguagem, por exemplo, que é uma capacidade universal, ora pode apresentar-se como oratória, ora como escrita, ou secreta, etc.
 

Considerando o desejo de selecionar inteligências como é possível identificá-las? Gardner procurou evidências de várias fontes:
• o conhecimento a respeito do desenvolvimento normal;
• do desenvolvimento em indivíduos talentosos;
• informações sobre o colapso das capacidades cognitivas nos casos de danos cerebrais;
• estudos sobre prodígios, autistas e estudos psicológicos;
• testes de correlações e outros.
 

Somente as inteligências candidatas que satisfaziam a todos ou a maioria dos critérios foram selecionadas como inteligências genuínas justamente por satisfazer determinados critérios e fazerem parte de um conjunto de operações identificáveis. Dessa forma, cada inteligência deve ter uma operação nuclear ou um conjunto de operações, semelhante a um sistema neural, sendo cada inteligência ativada ou desencadeada por certos tipos de informações internas ou externas. Como exemplo ele cita que o núcleo da inteligência
musical está na sensibilidade para determinar relações, ao passo que um dos núcleos da inteligência lingüística é a sensibilidade aos aspectos fonológicos.
 

Para ele a inteligência deve ser capaz de ser codificada num sistema de símbolos e significados culturalmente criados que capturam e transmitem formas importantes de informação. A linguagem, a pintura e a matemática são símbolos quase universais necessários à sobrevivência e à produtividade humana. A inteligência relaciona-se com um sistema de símbolos não por acidente mas, por ser esta a forma da sua manifestação.
 

As sete Inteligências e localização no cérebro humano:
 

1. Inteligência lingüística: é o tipo de capacidade exibida em sua forma mais completa, talvez pelos poetas.
Localização: parte do cérebro chamada Centro de Broca.
 

2. Inteligência lógico-matemática: é a capacidade lógico-matemática, assim como a capacidade científica.
Localização: Centro de Broca
 

3. Inteligência espacial: é a capacidade de formar um modelo mental de um mundo espacial e ser capaz de manobrar e operar utilizando esse modelo. Exemplo: Os marinheiros, engenheiros, cirurgiões, pintores, escultores.
Localização: Hemisfério direito do cérebro.
 

4. Inteligência musical: é a capacidade voltada para a música. Exemplo: Leonardo Bernstein, Mozart.
Localização: hemisfério direito.
 

5. Inteligência corporal cinestésica: capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos utilizando o corpo inteiro, ou partes do corpo. Exemplo: dançarinos, atletas, cirurgiões e artistas. A dominância desse movimento é encontrado no hemisfério esquerdo.
 

6. Inteligência interpessoal ou de liderança: capacidade de compreender outras pessoas: o que as motiva, como elas trabalham, como trabalhar cooperativamente com elas. Exemplo: vendedores, políticos, professores, clínicos (terapeutas) e líderes religiosos bem-sucedidos.
Localização: Lobos frontais.
 

7. Inteligência intrapessoal: é uma capacidade correlativa voltada para dentro. É a capacidade de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo e de utilizar esse modelo para operar efetivamente na vida.
Localização: lobos frontais.


 

Considerações
 

Tendo esboçado as características e critérios de uma inteligência, apresentaremos breves considerações de cada uma das sete inteligências.
 

Cada esboço foi feito embasado numa breve biografia de uma pessoa que demonstra uma facilidade incomum naquela inteligência. Embora cada biografia ilustre uma inteligência particular, não se pode dizer que na idade adulta as inteligências operam isoladamente. Exceto em indivíduos anormais, as inteligências sempre funcionam combinadas e, qualquer papel adulto sofisticado envolverá uma fusão de várias delas.
 

Inteligência musical
 

Exemplo: Yehudi Menuhin foi colocado por seus pais na Orquestra de São Francisco. O som do violino o fascinou tanto que quis ganhar um em seu aniversário e quis também fazer aulas com o prof. Louis. Conseguiu ambos e com apenas dez anos se tornou um músico internacional.
 

A inteligência musical do violonista manifestou-se mesmo antes dele ter tocado ou recebido qualquer treinamento musical. Sua poderosa reação àquele som particular e seu rápido progresso no instrumento sugerem que ele estava biologicamente preparado de alguma maneira para esse empreendimento. Dessa forma, a evidência das crianças-prodígio apoia a afirmação de que existe um vínculo biológico a uma determinada inteligência. Outras populações especiais, como a das crianças autistas que conseguem tocar maravilhosamente um instrumento musical, mas não conseguem falar, enfatizam a independência da inteligência musical.
 

Uma breve consideração desta evidência sugere que a capacidade musical é aprovada em outros testes para uma inteligência. Por exemplo, certas partes do cérebro desempenham papéis importantes na percepção e produção da música. Estas áreas estão caracteristicamente localizadas no hemisfério direito. As evidências que apoiam a interpretação da capacidade musical, como uma "inteligência" chegam de várias fontes. Mesmo que a capacidade musical não tipicamente considerada como uma capacidade intelectual, como a matemática. Ela se qualifica a partir dos critérios estabelecidos. Por definição, ela merece ser considerada; e, tendo em vista os dados, sua inclusão está empiricamente justificada.
 

Inteligência corporal-cinestésica
 

Exemplo: Babe, aos quinze anos jogava na terceira base. Quando num certo momento ruim do jogo, Babe criticou-o lá da terceira base, até que o técnico sugeriu que ele arremessasse. Babe hesitou e lançou, em seguida se tornou um batedor legendário.
 

Babe Ruth reconheceu seu "instrumento" imediatamente, em seu primeiro contato com ele. Esse reconhecimento ocorreu antes de um treinamento formal.
 

O controle do movimento corporal está, evidentemente, localizado no córtex motor, com cada hemisfério dominante ou controlador dos movimentos corporais no lado contra-lateral. Nos destros, a dominância desse movimento normalmente é encontrada no hemisfério esquerdo. A capacidade de realizar movimentos quando dirigido para fazê-los pode estar prejudicada mesmo nos indivíduos que podem realizar os mesmos movimentos reflexivamente ou numa base involuntária. A existência de uma apraxia específica constitui uma linha de evidência de uma inteligência corporal-cinestésica.
 

A evolução dos movimentos especializados do corpo é uma vantagem óbvia para as espécies, e nos seres humanos esta adaptação é ampliada através do uso de ferramentas. O movimento corporal passa por um programa desenvolvimental claramente definido nas crianças.
 

A consideração do conhecimento corporal cinestésico como solucionador de "problemas" talvez seja menos intuitiva. Executar uma seqüência mímica ou bater numa bola de tênis não é resolver uma equação matemática. E, no entanto, a capacidade de usar o próprio corpo para expressar uma emoção (como a dança), jogar um jogo (como esporte) ou criar um novo produto (como no planejamento de uma invenção) é uma evidência dos aspectos cognitivos do uso do corpo.
 

Inteligência lógico-matemática
 

Exemplo: Em 1983, Bárbara Mc Clintock ganhou o Prêmio Nobel de Medicina ou fisiologia por seu trabalho em microbiologia. Seus poderes intelectuais de dedução e observação ilustram uma forma de inteligência lógico-matemática, freqüentemente rotulada como "pensamento científico".
 

Um incidente é particularmente esclarecedor na resolução do problema: a esterilidade do milho. Seu assistente de pesquisa encontrava plantas que eram apenas 25 a 30 por cento estéreis enquanto ela encontrava 50 por cento de esterilidade no milho. Isso se comprovou depois quando ele arquitetou o seu raciocínio passo a passo originando daí a diferença dos 30 por cento.
 

Esse fato ilustra bem dois aspectos da inteligência lógico-matemática. Primeiramente, no indivíduo talentoso, o processo de resolução do problema geralmente é surpreendentemente rápido. O cientista lida com várias hipóteses que avaliadas serão aceitas ou rejeitadas.
 

O fato registra também a natureza não verbal da inteligência. A solução de um problema pode ser encontrada antes de ser articulada. Isso acontece com ganhadores de Prêmio Nobel ou então com quem possui a inteligência lógico-matemática.
 

Esta inteligência é apoiada por critérios empíricos. Certas áreas do cérebro são mais importantes do que outras no cálculo matemático.
 

Inteligência lingüística
 

Exemplo: Com dez anos de idade T.S. Eliot criou uma revista chamada Fireside, da qual era o único colaborador. Num período de três dias, durante as férias de inverno, ele criou oito edições completas. Cada uma incluía poemas, histórias de aventuras, uma coluna de fofocas e humor.
 

A inteligência lingüística foi comprovada nos testes empíricos. Uma área específica do cérebro, chamada "Centro de Broca", é responsável pela produção de sentenças gramaticais. Uma pessoa com dano nesta área pode compreender palavras e frases muito bem, mas tem dificuldade em juntar palavras em algo além das frases mais simples. Ao mesmo tempo, outros processos de pensamento podem estar completamente inalterados.
 

O dom da linguagem é universal e o seu desenvolvimento nas crianças é surpreendentemente constante em todas as cultura. Mesmo nas populações surdas, em que a linguagem manual de sinais não é ensinada, as crianças inventam sua própria linguagem manual.
 

Inteligência espacial
 

Exemplo: A navegação nas Ilhas Caroline, nos mares do Sul, é realizada sem instrumentos. O navegador imagina uma ilha de referência, quando passa embaixo de uma determinada estrela, e a partir disso ele computa o número total de segmentos, a proporção de viagem que ainda resta, e quaisquer correções no curso que sejam necessárias. Ele não vê as ilhas enquanto navega, em vez disso, ele mapeia sua localização em sua "imagem" mental da jornada.
 

Para se resolver problemas espaciais é necessário na navegação e no uso do sistema notacional de mapas. Outra forma de uso dessa inteligência é quando visualizamos um objeto de um ângulo diferente; o jogo de xadrez. As artes visuais também utilizam esta inteligência no uso do espaço.
 

O hemisfério direito é comprovadamente o local mais crucial do processamento espacial. Um dano nas regiões posteriores direitas provoca prejuízo na capacidade de encontrar o próprio caminho em torno de um lugar, de reconhecer rostos ou cenas, ou de observar detalhes pequenos.
 

As populações cegas ilustram a distinção entre a inteligência espacial e a percepção visual. A pessoa cega pode recorrer ao método indireto para reconhecer formas, passando a mão no objeto que traduzirá na duração do movimento, que por sua vez é traduzida no formato do objeto. Para o cego, o sistema perceptivo da modalidade tátil equivale à modalidade visual na pessoa que enxerga.
 

Existem poucas crianças-prodígio entre os artistas visuais, porém há sábios idiotas. Nádia (Selfe, 1977) é autista e no entanto desenhava com impressionante destreza representacional e exatidão.
 

Inteligência interpessoal
 

Exemplo: Com pouco treinamento em educação especial e quase cega, Anne Sullivan iniciou a tarefa de instruir uma criança cega e surda de sete anos. Helen Keller apresentou um sinal de compreensão da linguagem e a partir daquele momento ela progrediu com incrível rapidez. A chave para o milagre da linguagem foi o entendimento de Anne Sullivan da pessoa Helen Keller.
 

A inteligência interpessoal está baseada na capacidade nuclear de perceber distinções entre os outros; em especial, contrastes em seus estados de ânimo, temperamentos, motivações e intenções. Em formas mais avançadas, esta inteligência permite que um adulto experiente perceba as intenções e desejos de outras pessoas, mesmo que elas os escondam. O exemplo citado sugere que esta inteligência não depende da linguagem.
 

Os indícios na pesquisa do cérebro sugere que os lobos frontais desempenham um papel importante no conhecimento interpessoal. Um dano nessa área pode provocar profundas mudanças de personalidade, ao mesmo tempo que não altera outras formas de resolução de problemas.
 

A evidência biológica da inteligência interpessoal inclui dois fatores, geralmente citados como exclusivos dos seres humanos. Um dos fatores é a prolongada infância dos primatas, incluindo o estreito apego à mãe. Quando a mãe se afasta, o desenvolvimento interpessoal fica prejudicado.
 

O segundo fator é a relativa importância da interação social para os seres humanos. As habilidades tais como caçar, perseguir e matar, nas sociedades pré-históricas exigia a participação e cooperação de grande número de pessoas. A necessidade de coesão, liderança, organização e solidariedade no grupo decorre naturalmente disso.
 

Inteligência intrapessoal
 

Exemplo: Woolf num ensaio intitulado A Sketch of the Cast, discute o algodão da existência. Ela compara o "algodão" com três lembranças específicas de sua infância: uma briga com seu irmão, ver uma determinada flor num jardim e ficar sabendo do suicídio de um antigo visitante. Para a autora, todas as experiências trouxeram para ela um aprendizado, fossem eles causadores de um estado de choque ou não. Sendo choques, ela procura uma explicação e atrás de cada um é uma revelação de algum tipo, é o sinal de alguma coisa real por trás das aparências e daí elas se tornam reais.
 

O conhecimento dos aspectos internos de uma pessoa: o acesso ao sentimento da própria vida, a gama das próprias emoções, a capacidade de discriminar essas emoções e eventualmente rotulá-las e utilizá-las como uma maneira de entender e orientar o próprio comportamento.
 

A pessoa com boa inteligência intrapessoal possui um modelo viável e efetivo de si mesmo. Uma vez que esta inteligência é a mais privada, ela requer a evidência a partir da linguagem, da música, ou de alguma outra forma mais expressiva de inteligência para que o observador a perceba funcionando.
 

Os lobos frontais desempenham um papel central na mudança de personalidade. Um dano na área inferior dos lobos frontais provavelmente produzirá irritabilidade ou euforia, ao passo que um dano nas regiões mais altas provavelmente produzirá indiferenças, desatenção, lentidão e apatia – um tipo de personalidade depressiva. Nesses indivíduos "lobo-frontais", as outras funções cognitivas geralmente continuam preservadas. O autista apresenta essa inteligência prejudicada.
 

A inteligência intrapessoal é aprovada nos testes de uma inteligência e apresenta uma forma de resolver problemas significativos para o indivíduo e para a espécie. Ela nos permite compreender a nós mesmos e trabalhar conosco.
 

A Existência de Outras Inteligências
 

O que impede que um teórico ambicioso construa uma nova "inteligência" para cada capacidade encontrada no comportamento humano? Nesse caso, em vez de sete inteligências, poderia haver 700!
 

Uma lista de 700 inteligências seria proibitiva para o teórico e inútil para o praticante. Consequentemente, a teoria das IM tenta articular apenas um número manejável de inteligências que parecem constituir tipos naturais. Existem todas as razões para esperarmos que cada tipo natural tenha vários subcomponentes. Por exemplo, a inteligência lingüística claramente implica em vários elementos dissociáveis, tais como as capacidades de realizar análises sintáticas, ter aptidão literária e aprender línguas ouvindo. 

Entretanto, também é provável que , na maioria dos comportamentos humanos, os vários subcomponentes de uma inteligência se agrupem, embora apresentem pouca inclinação a correlacionar-se com subcomponentes de outras inteligências. Esta afirmação pode ser testada empiricamente.
 

Por que a inteligência espiritual ou moral não é considerada?
 

A inteligência espiritual ou moral serve como uma candidata razoável para uma oitava inteligência, embora existam razões igualmente boas para considerá-la um amálgama da inteligência interpessoal e da inteligência intrapessoal, com um componente de valor acrescentado. O que é moral ou espiritual depende imensamente dos valores culturais; ao descrever as inteligências, nós estamos lidando com capacidades que podem ser mobilizadas pelos valores de uma cultura, e não pelos comportamentos que são, eles próprios, valorizados de uma maneira ou outra.
 

Existe uma inteligência artística?
 

Muitos indivíduos falaram informalmente sobre a inteligência artística ou as inteligências artísticas, e não vemos nada de errado nessa maneira de falar – pode servir como uma abreviatura para a inteligência musical, ou para aspectos da inteligência espacial ou lingüística.
 

Entretanto, tecnicamente, nenhuma inteligência é inerentemente artística ou não-artística. As inteligências funcionam artisticamente (ou não-artisticamente) na medida em que exploram certas propriedades de um sistema simbólico. Se um indivíduo utilizar a linguagem de uma maneira comum, expositiva, ele não está utilizando a inteligência lingüística de uma maneira estética. Se, por outro lado, a linguagem é utilizada metaforicamente, expressivamente, ou de uma maneira que chame a atenção para o som ou para as propriedades estruturais, então ela está sendo usada artisticamente. A mesma inteligência "espacial" pode ser explorada esteticamente por um escultor, não artisticamente por um geômetra ou cirurgião. Mesmo um sinal musical pode funcionar não artisticamente, como acontece com os toque de corneta das forças armadas, enquanto muitos padrões derivados de propósitos matemáticos acabaram sendo expostos em galerias de arte.
 

A possibilidade de uma inteligência ser utilizada artisticamente é uma decisão tomada pelo indivíduo e/ou pela cultura. Um indivíduo pode decidir se vai empregar a inteligência lingüística como escritor, advogado, vendedor, poeta ou orador. No entanto, as culturas podem favorecer ou impedir a possibilidade de usos artísticos da inteligência. Em algumas culturas, quase todas as pessoas desenvolvem algumas capacidades poéticas; mas Platão tentou eliminar a poesia de sua República. Claramente, então, o exercício de uma determinada inteligência de maneira artística envolve um julgamento de valor.
 

A Perspectiva biopsicológica
 

Para falarmos e entendermos a Teoria das Inteligências Múltiplas não podemos esquecer que cada ato cognitivo envolve um agente que executa uma ação ou uma série de ações em alguma tarefa ou domínio.A perspectiva biopsicológica examina o agente e suas capacidades, inclinações, valores e objetivos.
 

A inteligência é um potencial biopsicológico. O fato de um indivíduo ser ou não considerado inteligente e em que aspectos, é um produto em primeiro lugar de sua herança genética e de suas propriedades psicológicas, variando de seus poderes cognitivos às suas disposições de personalidade.
 

Segundo Gardner (1998) o talento é sinal de um potencial biopsicológico precoce, em algum dos domínios existentes numa cultura sendo a prodigiosidade uma forma extrema de talento em algum domínio. Mozart, poe exemplo, se qualificou como prodigioso em virtude de seus talentos extraordinários na esfera musical. E os termos especialista e perito são adequados somente depois que um indivíduo trabalhou por cerca de uma década num determinado domínio.
 

A criatividade é uma caracterização reservada para aqueles produtos que inicialmente são considerados uma novidade dentro do domínio embora acabem sendo reconhecidos como aceitáveis dentro da comunidade adequada.
 

O termo gênio deve ser designado para aquelas pessoas ou trabalhos que não são só peritos e criativos, mas que também assumem um significado universal ou quase universal.
 

Na medida em que uma capacidade é valorizada numa cultura, ela pode contar com uma inteligência, mas na ausência desse endosso cultural, a capacidade não seria considerada uma inteligência.
 

Nos primeiros anos de vida as crianças desenvolvem habilidades simbólicas e conceitos teóricos por meio de interações espontâneas com o mundo na qual vivem. O desenvolvimento inicial é "pré-domínio" e "pré-campo". Elas se desenvolvem apenas com uma vaga atenção aos domínios que existem em sua cultura, e com uma sensibilidade ainda menor à existência dos campos que julgam. Mesmo que o campo fique impressionado com os trabalhos das crianças pequenas, elas prosseguem numa sublime indiferença às operações do campo.
 

Logo depois que se inicia a escola, as crianças querem conhecer as regras dos domínios e as convenções da cultura, e buscam dominá-las tão rápida e prontamente quanto possível. E assim, para Gardner a existência do domínio, e uma sensibilidade ao campo, surgem como ímpeto.
 

Este período funciona como aprendizado, um aprendizado rumo à perícia em domínios específicos, um aprendizado rumo à perícia nos hábitos de uma cultura. As condições para uma vida criativa (ou não-criativa) já podem estar sendo criadas, pois a criatividade depende imensamente de traços de personalidade e disposição, e dos acidentes da demografia.
 

As idades de 15 e 25 anos representam o momento da verdade no desenvolvimento da matriz de talento. Suas inteligências estão sendo desenvolvidas a serviço do funcionamento normal, produtivo, de sua atual sociedade.
 

Por volta de 30 a 35 anos a situação fundamental na matriz de talento provavelmente já foi determinada.
Aí chega-se a perguntas cruciais: O que pode ser feito para estimular o talento ? Que tipos de desempenhos ou realizações extraordinárias são desejadas ?
 

As crianças em diferentes idades possuem necessidades diferentes, respondem a diferentes formas de informação cultural e assimilam conteúdos com diferentes estruturas motivacionais e cognitivas, logo os tipos de regimes educacionais planejados pelos educadores precisam levar em conta esses fatores desenvolvimentais. Os tipos de modelos educacionais que são oferecidos às crianças pode demonstrar a direção que elas poderão tomar, podendo ser encorajadas ou não para a perícia, criatividade, etc. Em nossa sociedade pode haver modelos contrastantes sobre os usos do talento e as maneiras pelas quais ele pode ser desenvolvido.
 

Qualquer tipo de talento jamais pode ser adequadamente conceitualizado como existindo unicamente na cabeça ou no corpo dos indivíduos. Os educadores devem manter em mente os fatores extrapessoais que desempenham um grande papel no desenvolvimento(ou impedimento) do talento.
 

Conclusão
 

Não existe nenhuma receita para a educação das inteligências múltiplas. A Teoria das Inteligências Múltiplas foi desenvolvida numa tentativa de descrever a evolução e a topografia da mente humana. A mente é um instrumento multifacetado, de múltiplos componentes, que não pode, de qualquer maneira legítima, ser capturada num simples instrumento estilo lápis e papel. Portanto, a necessidade de se repensar os objetivos e métodos educacionais torna-se profunda.
 

Os neurobiólogos documentaram que o sistema nervoso humano é altamente diferenciado. Todos os seres humanos normais possuem vários potenciais, mas por razões genéticas e ambientais, os indivíduos diferem notavelmente nos perfis particulares de inteligência que apresentam em qualquer momento dado de sua vida.
 

Conseguimos "preencher" nossos numerosos papéis e posições mais efetivamente porque as pessoas apresentam perfis de inteligências diferentes. Já está estabelecido que os indivíduos possuem mentes muito diferentes umas das outras.
 

A educação deveria ser modelada de forma a responder a essas diferenças, deveria se tentar garantir que cada pessoa recebesse uma educação que maximizasse seu potencial intelectual, pois nenhum indivíduo pode dominar completamente nem mesmo um único corpo de conhecimentos, quanto mais toda a série de disciplinas e competências.
 

Logo, a Teoria das Inteligências Múltiplas não deve ser utilizada para ditar um curso de estudos ou carreira, mas constitui uma base razoável para sugestões e escolhas de matérias opcionais.
 

Há premência de se direcionar a aprendizagem para a compreensão ampla de ideias e valores indispensáveis no momento atual e isso poderá ser obtido a partir de uma metodologia baseada na interdisciplinaridade, na qual o professor seja um elemento mediador do conhecimento, exercitando a pesquisa de novos saberes, em sintonia com as necessidades dos tempos atuais; sem desconsiderar os variados potenciais de cada aluno.
 

Que elemento diferenciador e determinante há na personalidade de dois pintores famosos como Monet e Van Gogh, que, ao retratarem "girassóis", alcancem um resultado estético tão diferente? Podemos dizer que, enquanto Monet retrata girassóis leves e brandos, os de Van Gogh, tão belos quanto os de Monet exprimem a dor e o trágico?
 

Qual terá sido o papel da escola na formação desses cidadãos que se permitem usar, abusar e brincar com as imagens, exprimir seus sentimentos e suas formas próprias de ver a vida, sem cerimônia? 
Qual poderá ser o nosso papel, como professores, de abrir as portas da imaginação, da fantasia, da inventividade ampla como requisito de aceso à leveza e a uma maneira bem-humorada, e até poética, de levar a vida?
 

Conhecendo a Teoria das Inteligências Múltiplas, concluímos que na Escola, o prazer e o desejo de todos não devem submeter-se aos desígnios da razão, ou seja, importa desenvolver o pensamento lógico e a cognição, em parceria com as demais dimensões humanas, sempre.
 

"A tarefa do professor: mostrar a frutinha. Comê-las diante dos olhos dos alunos. Provocar a fome. Erotizar os olhos, fazê-los babar de desejo. Acordar a inteligência adormecida. Aí a cabeça fica grávida: engordar com idéias. E quando a cabeça engravida não há nada que segue o corpo". (Rubens Alves)
 

Bibliografia
 

GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a Teoria na Prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
GARDNER, Howard. A Criança pré-escolar :como pensa e como a Escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
CECI, S.J. On Intelligence ... more or less : a bio-ecological theory of intellectual development. Englewood cliffs, N.J. Prentice Hall.
 



[1] - Graduado em Ciências Biológicas pelas FAMIH, professor de Ciências e Biologia para o ensino fundamental e médio do Instituto Metodista Izabela Hendrix - Professor de Citologia das Faculdades Metodistas Integradas Izabela Hendrix - Mestrando em Engenharia da Produção da UFSC com ênfase em Informática Aplicada à Educação - luizpanisset@hotmail.com




Fonte: REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA - Volume 1 - Número 2 - 2001